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Inteligência coletiva: quando pessoas, dados e Inteligência Artificial se juntam

A criação de valor, a ambição em inteligência artificial e a inteligência coletiva são conceitos que, juntos, geram valor às companhias, sendo estas três áreas nas quais os executivos de dados e análise precisam se focar.

A criação de valor, a ambição em inteligência artificial e a inteligência coletiva são conceitos que, juntos, geram valor às companhias, sendo estas três áreas nas quais os executivos de dados e análise precisam se focar. Usar a inteligência coletiva para impulsionar valor para os negócios deu o tom da abertura da Conferência Gartner Data & Analytics 2024, realizada esta semana, em São Paulo, com apresentação de Kurt Schlegel, vice-presidente e analista do Gartner, e Aura Popa, analista e diretora-sênior do Gartner. 

A criação de valor pressupõe priorizar a execução e não a estratégia, focando nos fundamentos da matriz funcional de dados e análise. Além disso, as companhias precisam estabelecer a ambição corporativa para inteligência artificial, revitalizando e estendendo a governança para deixar os dados prontos para serem usados pela IA.

E, por fim, a inteligência coletiva versa sobre a exploração de novos modelos operacionais, o que exige evoluir e desenvolver a alfabetização em dados para incluir e dominar a alfabetização em IA. “A inteligência coletiva é quando pessoas, dados e IA se juntam, trabalham juntos. Tendemos a achar que IA vai automatizar tudo, mas precisamos do humano”, apontou Aura Popa, na coletiva de imprensa.

Pesquisa do Gartner com CEOs mostrou que 75% deles disseram que já usaram inteligência artificial generativa — e 6% não acham que inteligência artificial generativa esteja exagerada (overhyped) no setor de tecnologia; 62% disseram que IA tem sido discutida no nível de conselho; e 53% afirmaram acreditar que não seriam capaz de lidar com os riscos da IA. Nos próximos anos, assinalou Aura Popa, preocupações com questões éticas e riscos que traz para clientes e usuários ficarão ainda mais ressaltadas.

E como as companhias estão se engajando com inteligência artificial? Segundo o Gartner, 61% disseram que educar a liderança é uma de suas principais responsabilidades; 80% apontaram que o treinamento em IA será uma prioridade alta nos próximos 12 a 18 meses e para 80% deles a alfabetização em dados na inteligência artificial receberá mais atenção em 2024.


Questionada pelo Convergência Digital sobre os reflexos da junção das três áreas de foco para gerar valor em data & analytics, Aura Popa destacou que quem sair na frente colherá mais frutos, assim como ocorreu com outras tecnologias. “Eu acredito fortemente que as companhias vão adotar inteligência artificial generativa. E, quem entrar de maneira correta, vai se beneficiar e sair na frente em lucratividade, assim como ocorreu com adoção de ciência de dados e machine learning”, respondeu, acrescentando que o desafio começa com a mão de obra. “As pessoas ainda estão reticentes em adotar inteligência artificial e, conforme for explicado que elas terão benefícios, elas serão menos relutantes.” 

O próximo passo

Isso leva também as empresas a passarem de uma adoção de IA para tarefas mais cotidianas para adotar inteligência artificial em áreas que farão a diferença em competitividade, conforme pontuou Edgar Macari, diretor do Gartner e cochair da conferência de D&A. 

De acordo com o Gartner, em janeiro de 2024, 23% das empresas pesquisadas usavam inteligência artificial generativa para otimização de custos; 20% para experiência do usuário; e apenas 18% para iniciativas de crescimento, esta última configurando como iniciativas de IA que vão mudar o jogo. “Uma boa forma de dividir é pensar na IA cotidiana, que é fazer as coisas que já fazemos, mas de forma melhor. Quando olhamos para crescimento e novos serviços, é fazer algo que não fazemos hoje”, explicou.

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