Com a chegada do 5G, muitos mercados estão utilizando a nova tecnologia para promover a transformação digital dos seus negócios. As suas características de baixa latência, alta velocidade e a possibilidade de conexão com mais dispositivos abre um leque com novas opções para as empresas que desejam aprimorar seus comércios.
Mas o que é essa transformação digital? Segundo estudo da McKinsey Company, consultoria global de gestão estratégica, as transformações digitais estão divididas em quatro categorias: modelos de negócios, conectividade, processos e análise de dados.
Um bom exemplo do potencial que a transformação digital tem em nossas vidas é o PIX. O serviço de pagamento instantâneo brasileiro, fornecido pelo Banco Central, foi responsável por 31,29% de todas as transações registradas no país, movimentando R$ 10,9 trilhões em 2022.
Pelo cronograma da Anatel, o 5G estaria disponível atualmente somente nas 27 capitais estaduais e distrital, mas a tecnologia está avançando rapidamente e está presente hoje em 3.678 municípios, de acordo com dados da própria agência.
Contudo, o mercado de telecomunicações e tecnologia tem um obstáculo para superar: a falta de talentos no país.
Segundo a BRASSCOM, Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e da Comunicação e de Tecnologias Digitais, a expectativa é gerar 797 mil vagas no mercado de telecomunicações até 2025. Mas a formação de mão de obra qualificada para o setor é uma barreira. A Associação também prevê um déficit de 541 mil especialistas em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) nos próximos três anos. A formação de talentos no Brasil pode ser um gargalo para a transformação digital do país. E os jovens de hoje serão os líderes na futura era do poder de computação baseada em dados.
Por isso, a iniciativa privada deve se empenhar na condução de diversas iniciativas voltadas para a capacitação de jovens nesse mercado em diferentes níveis. Fazer parcerias com instituições públicas e privadas, com o governo e interlocutores que possuem os mesmos objetivos de gerar talentos para o ecossistema e fortalecer o ensino, a pesquisa e o desenvolvimento.
No Brasil, a Huawei possui diversas conexões com instituições de ensino superior e técnico para compartilhar conhecimento com o maior número possível de alunos. A ICT Academy, por exemplo, é uma plataforma online, com mais de 250 cursos. Entre eles, há disciplinas como Inteligência Artificial (IA), nuvem, 5G, big data e cibersegurança, apoiados por ferramentas de simulação e laboratórios virtuais. A participação é gratuita e está vinculada a universidades, que indicam os alunos para o programa.
Nos últimos 10 anos, foram capacitadas mais de 550 mil pessoas e, atualmente, 200 universidades brasileiras participam da iniciativa.
É papel do setor contribuir para esse processo de transformação digital, desenvolvendo os talentos aqui no Brasil. E, para atingir o maior número possível de jovens, o mercado de telecomunicações precisa colaborar com o universo acadêmico para atrair estudantes.
O ecossistema de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) deve estar próximo das instituições de ensino, faculdades e universidades, para fomentar o ensino especializado em TIC entre jovens. O objetivo é levar educação para jovens em todo o território nacional.
E para seguir com o projeto de digitalização do país, é preciso que os agentes do setor desenvolvam cada vez mais iniciativas para lapidar os talentos.
O poder público, por outro lado, precisa fomentar políticas educacionais direcionadas às novas demandas. As instituições de ensino devem atualizar suas grades curriculares e oferecer cursos, treinamentos e certificações.
A educação e capacitação são fatores essenciais para possibilitar a evolução do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação e a transformação digital.
* Victor Montenegro é gerente de Talentos e Ecossistema na Huawei Brasil