IA cresce 31% ao ano no Brasil e puxa investimentos em TICs para R$ 729 bilhões até 2027
Segurança da informação (22% a.a) e internet das coisas (19% a.a) também respondem por alta projetada até 2027.
O macrossetor de tecnologia da informação e comunicações (TIC) registrou, em 2023, produção setorial de R$ 707,7 bilhões (ou US$ 141,7 bilhões), o que representou 6,5% do produto interno bruto (PIB) do Brasil. O porcentual ficou abaixo dos 6,6% do PIB, registrado em 2022, ainda que o macrossetor tenha tido um crescimento nominal entre 2022 e 2023 de 5,9% e gerado um saldo de 29,2 mil empregos, totalizando 2,05 milhões postos de trabalho.
Até 2027, estão estimados investimentos na ordem acima de R$ 729,4 bilhões em tecnologia e transformação digital, com crescimento de 19,4% ano a ano. O montante é maior que o estimado para o período de 2023 a 2026, que era de R$ 666 bilhões. Os investimentos são puxados, principalmente, por segurança da informação (R$ 177,8 bilhões, em crescimento de 22% ano a ano); inteligência artificial (R$ 139,3 bilhões, sendo 31% ano a ano) e internet das coisas (R$ 4,7 bilhões com aumento de 19% ano a ano).
Os números constam do Relatório Setorial da Brasscom e foram apresentados na tarde desta quarta, 3/4, em coletiva de imprensa. Questionado por Convergência Digital sobre o porcentual de TIC no PIB e se a Brasscom tem uma meta, o presidente-executivo da Brasscom, Affonso Nina, explicou que enxerga como ‘flat’ e disse que o Brasil tem espaço para ser muito maior em seu potencial para tecnologia.
“A proporção da indústria de TIC no PIB é indicador do quão digitalizado o país está está. Gosto de pensar 8% como meta que o Brasil deveria perseguir, mas temos de sonhar com pés no chão, então, se crescer para 7%, está bom. Mas a resposta não tem de vir da Brasscom, mas, sim, do País se mobilizando para isso acontecer, porque, hoje, quando você fala sobre tecnologias digitais no mundo, ninguém pensa no Brasil, diferentemente, de agronegócios ou energia renovável”, detalhou.
Affonso Nina disse que a Brasscom é uma associação propositiva e está, junto com outras entidades no Conselhão, levando proposta concreta para que o Brasil desenvolva estratégia de uso e desenvolvimento de tecnologias digitais. Sem entrar em detalhes, contou que está sendo apresentando, neste momento, em várias esferas, um projeto para que haja articulação e que o país possa trabalhar no desenvolvimento dessa visão estratégica e daí saírem ações. “Neste momento, está em debate, está sendo discutido com outros setores e esperamos que tome forma nos próximos meses. Está sendo coconstruído, em um trabalho conjunto entre governo e sociedade civil”, apontou.
O caminho para tanto está sendo pavimentado. Nos últimos três anos, o macrossetor de TIC cresceu 11,9% ao ano e o Brasil é o 10º maior em produção de TIC e telecom no mundo, sendo o único país da América Latina no ‘top 10’. “Vemos que existe oportunidade. É fato que Brasil tem um mercado de tamanho importante, o permite que as empresas usem o Brasil como plataforma para lançamento mercado global. Somos 30% mais ou menos da AL”, detalhou.
Hoje, o macrossetor de TIC corresponde a 4% dos empregos nacionais e com média de salário de 2,1 vezes maior que a média salarial nacional.