Integridade dos equipamentos de informática nos portos: entenda como deve funcionar
Por Caio Cordeiro*
Nos últimos anos, a demanda por equipamentos de informática aumentou significativamente. Para se ter uma ideia, segundo levantamento da International Data Corporation (IDC), empresa de pesquisa de mercado, foram vendidos 59,8 milhões de PCs em todo o mundo no período, aumento de 1,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
O que poucos sabem é que muitos desses equipamentos, entre outros, chegam em diversos países por meio de portos. Portanto, é necessário um manuseio meticuloso, já que são frequentemente sujeitos a movimentações intensas e condições adversas. A integridade desses equipamentos é vital, não apenas pelo seu valor financeiro, mas também pelo impacto que danos podem ter nas operações das empresas e na confiança dos consumidores.
Vale destacar que os portos são ambientes movimentados, onde cargas de diversas naturezas são transportadas simultaneamente. Equipamentos de informática, como servidores, computadores e componentes eletrônicos, são particularmente vulneráveis a danos causados por impactos, umidade e variações de temperatura. Para garantir a segurança e a integridade dessas cargas, é essencial que os procedimentos de manuseio sejam rigorosamente seguidos e continuamente aprimorados.
O primeiro passo para minimizar riscos é garantir que os equipamentos estejam embalados corretamente. Embalagens robustas, com material de amortecimento adequado, como espuma de poliuretano, são indispensáveis. Além disso, o uso de embalagens à prova d’água e seladas a vácuo pode proteger os itens contra umidade e oxidação. É fundamental que essas embalagens sejam claramente rotuladas com instruções de manuseio, indicando fragilidade e a orientação correta.
Outro fator importante é o treinamento contínuo do pessoal envolvido na carga e descarga. Operadores de guindastes, empilhadeiras e equipamentos de movimentação devem ser treinados para entender a importância dos cuidados necessários ao manusear equipamentos sensíveis. Workshops e cursos de capacitação sobre técnicas de movimentação segura e identificação de embalagens fragilizadas podem fazer uma diferença significativa na redução de danos.
Além disso, a adoção de tecnologias avançadas pode transformar a segurança no manuseio de cargas. Sensores de impacto e temperatura, integrados às embalagens, podem fornecer dados em tempo real sobre a condição dos equipamentos durante o transporte. O uso de sistemas de rastreamento por GPS permite monitorar a localização exata das cargas, facilitando intervenções rápidas em caso de necessidade.
A criação e a implementação de procedimentos padronizados para o manuseio de equipamentos de informática em portos são essenciais. Normas claras, como a ISO 9001, que trata de sistemas de gestão da qualidade, podem servir de base para a elaboração de protocolos específicos de carga e descarga. Estes devem incluir desde a inspeção inicial das embalagens até a verificação pós-desembarque, assegurando que cada etapa do processo seja realizada de forma meticulosa e segura.
A colaboração entre diferentes partes envolvidas no processo logístico – desde fabricantes até transportadoras e operadores portuários – é vital para garantir a segurança dos equipamentos. Estabelecer parcerias estratégicas pode facilitar a troca de informações e a implementação de melhores práticas.
A segurança no manuseio de equipamentos de informática em portos é um desafio complexo, que exige uma abordagem multifacetada. Portanto, é preciso aprimorar cada aspecto do processo de carga e descarga para que os portos possam se tornar verdadeiros centros de excelência logística, contribuindo para um comércio global mais seguro e eficiente.
* Caio Cordeiro é diretor comercial da Skymarine