Políticas consistentes e presença feminina efetiva rompem estigma de mulheres em TICs
Mesmo com políticas internas e estímulos externos, a participação de mulheres em empresas de teconologia ainda é baixa, especialmente considerando-se que no Brasil elas são mais da metade da população.
Como discutido no debate online Mulheres e Tecnologia: Como ampliar a diversidade de gênero no mercado de TI e telecom, promovido pelo Convergência Digital, ainda há estigma, tanto pela discriminação como pelo desestímulo que reduz o interesse à participação.
“O interesse feminimo por áreas de tecnologia ainda traz um estigma associado a carreiras de engenharia, computação, áreas técnicas, que agem como uma barreira invisível. Muitas meninas ainda não se veem nessas carreiras. Isso vem mudando com programas de diversidade, ações de incentivo”, apontou a diretora de dados e inteligencia artificial da Vivo, Adriana Lika.
Empresas como Vivo e AWS, que participaram do debate, relataram ações e políticas de recrutamento, seleção e promoção que ajudam na direção de maior equidade, especialmente em um país como o Brasil. “Carregamos os veses do país onde vivemos”, lembrou a gerente de desenvolvimento de negócios de mercado financeiro da AWS no Brasil, Tatiana Orofino. O que tornam ainda mais importantes as ações que as empresas adotam.
“Ações isoladas não vão trazer resultados mágicos. É preciso consistência e abordar o tema desde a base da pirâmide e subir progressivamente. Desde a inspiração para meninas no ensino fundamental, até formações específicas na universidade e conexões de alunas com líderes na empresa. Exige consistência, estratégia e recursos”, sustentou a gerente de negócios da AWS.
Ações e políticas fazem diferença por abrir espaço para mulheres que servem de modelo. “Assim como uma Marta abriu caminhos para que milhares de meninas pensassem em jogar futebol, a mesma coisa, ainda que mais timidamente, vem acontecendo quando vemos mulheres trabalhando com fibra, com computação e especialmente em cargos de liderança. São espelhos que mostram para as meninas que existe espaço”, ressaltou a diretora juridica, tributária e Governança da Conexis, Natasha Nunes.
“Ter mulheres ocupando posições é a melhor forma de derrubar o estigma. Um levantamento da ONU para america latina e caribe mostra que 35% dos estudantes do ensino superior em tecnologia são mulheres. Entre os pesquisadores, elas são 45%. Vamos ocupando espaço e servindo de espelho para as meninas”, reforçou Natasha.
Para o diretor de vendas do agregador de vagas Indeed, Lucas Rizzardo, mesmo com diferentes ações ainda falta maior divulgação do que as empresas estão fazendo para abrir mais espaço feminino. “Isso é uma obrigação das empresas, porque traz um efeito cascata para todo o mercado”, disse.
Até porque, no fim, ampliar a diversidade é bom negócio, especialmente no mundo da inovação. “Existe um interesse conjunto da sociedade e das empresas na diversidade. E isso faz coro com a velocidade do mundo atual. O mundo muda muito rápido e para acompanhar isso é preciso ter equipe diversa, que reúna pensamentos diferentes. A pluralidade faz todo o sentido no dia a dia da empresa”, afirmou a diretora de dados e inteligencia artificial da Vivo, Adriana Lika.