Falta inovação às aplicações ofertadas ao consumidor no 5G
O 5G está crescendo em velocidades diferentes na América Latina, muito em função do impacto da pandemia de Covid-19, diz o executivo da Omdia, Ari Lopes. Chile, México e Brasil estão mais adiantados, enquanto Colômbia e Argentina estão começando só agora, relata o especialista, que participou do Telco Transformation Latam, que acontece no Rio de Janeiro.
À CDTV, do Convergência Digital, Lopes diz que o ritmo de adoção do 5G está muito parecido com a do 4G, o que segundo ele não é ruim, uma vez que o 4G foi uma geração bem-sucedida. O maior problema, alerta, está no fato de não ter inovação no lado das aplicações. “O 5G melhorou a experiência do consumidor porque oferece mais velocidade, mais capacidade. Mas não apareceu nenhuma aplicação diferente até agora. Não há inovação para o B2C”, adverte o consultor da Omdia.
O B2B, ou o segmento corporativo, é a grande esperança das teles para a rentabilização dos investimentos, mas também tem o seu próprio tempo, ressalta Ari Lopes. “O ciclo de vendas é maior e cada indústria tem a sua peculiaridade e o seu tempo para adotar novas tecnologias. As vendas são mais longas”, detalha. Uma constatação feita pela consultoria é do casamento da Internet das Coisas com a Inteligência Artificial.
“O IoT está acontecendo dentro da realidade. Não foi a explosão pensada, mas está acontecendo. As empresas querem IoT para mais eficiência e redução de custos”, observa Ari Lopes. Segundo ele, o 5GRedcap, que permite uma capacidade reduzida às soluções, vai ser a porta de entrada do 5G no mercado de IoT. “Na China, o 5GRedcap está acontecendo agora. Acredito que em dois ou três anos, ele estará ativo e comercial no mundo”. O consultor da Omdia fala ainda do impacto do 5G, inteligência artificial e nuvem no redesenho de atuação das operadoras de telecomunicações. Assista a entrevista.