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Cirque du Soleil reinventou o negócio para não fechar as portas

Com 46 shows simultâneos correndo o mundo, o Cirque du Soleil está voltando ao patamar de receita que tinha antes da pandemia. Mas o período que quase o levou a fechar as portas deixou lições, que resultaram na busca de uma nova jornada do cliente, processo apresentado nesta quarta-feira, 4, durante o SAP NOW.

À frente de um time criado há apenas nove meses, a CCEO (Chief Customer Experience Officer) da organização, Anne Belliveau, contou como tem trabalhado na construção de novas formas de relacionamento com os clientes. Ela lembrou que o Circo é uma organização fantástica, mas que tem enfrentado grandes desafios, como a complexidade de sua operação, o controle de custos e a diversificação de atuação.

Este último desafio mostrou-se mais crítico durante a pandemia. “O que acontece quando você percebe que seu negócio é tão frágil que pode acabar em um dia?”, questiona a executiva, lembrando que um dos focos do negócio nos últimos dois anos foi discutir como nunca mais passar por aquela situação novamente. Um dos caminhos encontrados foi a criação de novos produtos.

O primeiro passo para isso foi um olhar para dentro das operações do Circo, e descobriu-se que muito do que já era produzido ali poderia ser oferecido ao mercado de outras maneiras. “Sempre produzimos músicas para nossos espetáculos, por que não criar uma divisão de música para realizar parcerias com artistas conhecidos?”, diz. O mesmo pensamento foi expandido para a criação de shows privados, parques, jantares e a oferta de colecionáveis.

Anne lembra que o Circo vende 11 milhões de tickets por ano, um público que pode ser atraído para outras frentes. “Decidimos adotar um novo modelo de negócios, onde nós nos tornamos o canal”, explica. Isso significa novas atuações em algumas frentes. Por exemplo, o circo ampliou sua participação nas redes sociais e canais de streaming produzindo conteúdo sobre atletismo (com a preparação de seus artistas), shows (com recortes de seus espetáculos), marca e produção de conteúdo para patrocinadores e parceiros. A estratégia foi lançada em fevereiro deste ano e os canais do Circo já contam com milhões de seguidores em canais onde a companhia controla a narrativa.

“Com a abertura destas frentes, criamos uma jornada onde nosso público tem contato conosco em redes sociais, streaming, plataforma de música ou adquirindo experiências em nossos shows”, explica, reforçando que, com isso, a companhia deixa de depender exclusivamente dos ingressos dos shows, marcando presença em outros canais e criando fontes de receita.

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