Para usar IA nas redes, Telecom vai ter de fazer tudo de novo
A Inteligência Artificial é um jogo totalmente novo e a indústria de telecomunicações precisa mudar. A advertência foi feita pelo presidente e gerente geral da Samsung Networks, Kim Woojune, ao participar do Mobile World Congress, que acontece em Seul, na Coréia do Sul. É bom lembrar que a Samsung Networks quer entrar no seleto grupo de fornecedores das grandes operadoras.
Segundo Woojune, a infraestrutura atual não é adequada para um mundo em rápida evolução, insistindo que as redes precisam ser mais flexíveis, amigáveis à IA e executadas em hardware e software comuns. “Olhando para as redes temos funções diferentes que são construídas em hardware diferente, tendo sistemas de manuseio diferentes, planejados por pessoas diferentes”, adverte.
Ele alertou que a IA como uma tecnologia de propósito geral levará tempo para ter um impacto significativo na produtividade, semelhante a outras tecnologias disruptivas, como a máquina a vapor, exigindo mudanças fundamentais em infraestrutura, processos e organizações.
A máquina a vapor, a energia elétrica e a computação levaram de 50 a 100 anos para criar benefícios econômicos sustentados, afirmou Kim. “Mas para que isso acontecesse, a sociedade, a cultura e as pessoas tiveram que mudar.”
Para o executivo da Samsung Networks, a IA está começando a ser usada em call centers e para análises, o que definiu como um bom começo. Mas observa que a IA está sendo usada apenas como uma ferramenta.
“E nas redes, somente assim, a IA não mudará o jogo. Criar uma infraestrutura de telecomunicações com poder de IA precisa de uma estrutura uniforme, baseada em software, multipropósito e plataforma de ponta distribuída. Temos de reiniciar e nos unir”, completou Kim Woojune.
