Receita de redes móveis só volta a crescer com 6G
Novo relatório do grupo Dell'Oro indica queda de receitas com RAN até 2029
Após um crescimento de até 50% na receita entre 2017 e 2021, o mercado de redes móveis enfrenta um segundo ano consecutivo de declínio acentuado. Ainda que a expectativa seja de queda moderada após 2024, a pressão descendente vai continuar até que o 6G se torne uma realidade.
Além das flutuações típicas do mercado que moldaram o cenário de RAN nos últimos 30 anos, a promessa exagerada do 5G e sua incapacidade de alterar significativamente a tendência de receita estável entre as operadoras estão alimentando um ceticismo crescente em relação à necessidade de investimentos substanciais em novas tecnologias.
“Algum ceticismo é justificado. Afinal, as operadoras investiram mais de US$ 2 trilhões em capex sem fio entre 2010 e 2023 para desenvolver 4G e 5G, mas as receitas permanecem estáveis”, disse Stefan Pongratz, vice-presidente de pesquisa de RAN e Telecom Capex do Dell’Oro Group.
“Olhando para o futuro, as operadoras precisarão otimizar seus roteiros de espectro para abordar vários cenários de tráfego de dados. Nosso caso base pressupõe que o crescimento do tráfego de dados móveis continuará a desacelerar, permitindo que as operadoras melhorem seus índices de intensidade de capital, o que, por sua vez, colocará mais pressão descendente no mercado de RAN. No entanto, capacidade adicional será eventualmente necessária e, nesse ponto, alavancar bandas de espectro maiores e a grade macro existente provavelmente oferecerá a solução mais econômica”, acrescentou Pongratz.
Segundo o mais novo Relatório de Pesquisa Avançada 6G do Dell’Oro Group, a receita total de RAN deve tender a cair até 2029. Já a receita de RAN 6G deve se aproximar de US$ 30 bilhões até 2033. Segundo a consultoria, macros sub-7 GHz e cmWave tendem a dominar o mix 6G até 2033.