Ericsson aposta em Open RAN contra Huawei e avalia mudança para EUA

O CEO da Ericsson, Borje Ekholm, admite mudar a sede da Suécia para os Estados Unidos. Em entrevista à Bloomberg, ele deu uma forte indicação de que a empresa continuará a transferir investimentos da Europa. Ekholm diz que a UE está ficando para trás e os legisladores do continente devem priorizar a consolidação e reduzir a regulamentação para melhorar a situação.

“A conclusão natural disso é que estaremos encolhendo na Europa e crescendo na América do Norte”, disse ele.

Ekholm disse que a questão da mudança oficial para os EUA é um tópico recorrente e, embora a Ericsson tenha laços profundos na Europa, ela precisava ter uma visão mais ampla de como o mundo será no futuro. “Nós nos mudaríamos em algum momento? Isso pode muito bem acontecer.”

Ekholm também disse que as sanções dos EUA à Huawei se mostraram ineficazes e que a empresa chinesa continua sendo sua maior concorrente. A Ericsson está tentando superar a concorrência por meio de P&D, bem como investimentos em RAN aberto.

De fato, a empresa fez grandes incursões no espaço RAN aberto nos EUA, garantindo um contrato de US$ 14 bilhões com a AT&T no final de 2023.

O executivo reconheceu que uma abordagem RAN aberta pode levar a mais competição para a Ericsson no sentido mais amplo, mas acrescentou que uma “plataforma horizontal” é “a maneira de realmente vencermos os chineses”.

Além do RAN aberto, Ekholm disse que espera que seu negócio de API de rede gere receita nos próximos um ou dois anos.

O fornecedor sueco fez uma grande jogada em torno de APIs em 2022, gastando US$ 6,2 bilhões para adquirir o provedor de nuvem Vonage Holdings. No entanto, desde então, sofreu um golpe de cerca de US$ 4 bilhões no valor da unidade no total, devido ao menor crescimento de mercado previsto.

Ekholm admitiu que a Ericsson “deixou a bola cair” e “perdeu o foco” no núcleo da Vonage, mas agora está mais empenhada em executar seu plano de negócios.