O líder progressista do estado de Ontário, Doug Ford, rompeu um contrato de quase US$ 100 milhões (R$ 600 milhões) do estado com a Starlink de Elon Musk após as tarifas dos EUA aumentarem sobre praticamente todos os produtos canadenses.
O contrato, assinado em novembro do ano passado, tinha como objetivo fornecer acesso à internet de alta velocidade por meio do serviço de satélite da Starlink para 15.000 lares e empresas qualificados em comunidades rurais, remotas e do norte até junho deste ano.
Em comunicado, Ford diz que Ontário – província mais populosa do Canadá, representando 38,3% de toda a população do país – proibirá empresas americanas de contratos provinciais até que as tarifas dos EUA sejam removidas.
“As empresas sediadas nos EUA agora perderão dezenas de bilhões de dólares em novas receitas. Elas só têm o presidente Trump para culpar. Ontário não fará negócios com pessoas empenhadas em destruir nossa economia”, sustentou.
O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de 25% sobre praticamente todos os produtos do Canadá e uma tarifa menor de 10% sobre produtos energéticos canadenses. O dono da Starlink, Elon Musk, é um conselheiro de Trump e está supervisionando o Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (DOGE) em cooperação com a administração do presidente.
De acordo com um comunicado à imprensa da Infrastructure Ontario em janeiro deste ano, apenas dois provedores de serviços de internet via satélite poderiam atender às necessidades da província.
Essas eram a SpaceX de Musk, que administra a Starlink, e a Xplore Inc., uma provedora de serviços de internet rural fundada no Canadá. Ambas as provedoras foram convidadas a participar de um processo de licitação, disse o comunicado, com a SpaceX vencendo.
A Starlink ultrapassou a Xplornet, operada pela Xplore Inc., como a principal provedora baseada em satélite de serviços de acesso à internet rural e remota no Canadá em 2022, de acordo com um relatório do Global Media and Internet Concentration Project em dezembro.