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“É ridícula”, reage o CEO da OpenAI, Sam Altman, à proposta de compra de Elon Musk

Mas especialistas sustentam que a proposta feita pelo bilionário prejudica a já confusa tentativa da OpenAI de deixar de ser uma fundação sem fins lucrativos para captar pelo menos US$ 40 bilhões.

Que o CEO da OpenAI, Sam Altman, e Elon Musk, dono do X e da Tesla, não se ‘bicam’, o mercado todo sabe. As divergências entre eles têm como fundo o que se quer do negócio bilionário de inteligência artificial. E a proposta hostil de Musk é tão somente um novo round nessa batalha. Nesta terça-feira, 11/2, na Cúpula de Inteligência Artificial, em Paris,  Sam Altman disse que ”não tinha nada a dizer, quero dizer é ridículo’ aos jornalistas que indagavam sobre a proposta de US$ 96,4 bilhões feita por Musk pelo controle da OpenAI.

Os controladores da OpenAI sustentam que nenhuma proposta oficial chegou. Já o advogado de Musk, Marc Toberoff, disse à Reuters que enviou a oferta por e-mail na segunda-feira, 10, para o advogado externo da OpenAI na Wachtell, Lipton, Rosen & Katz.

A disputa tem um motivo de ser: a OpenAI está tentando deixar de ser uma fundação sem fins lucrativos para ser uma empresa de fins lucrativos para que possa levantar pelo menos US$ 40 bilhões, com a justificativa que é o único caminho para desenvolver os melhores modelos de IA.

Musk foi cofundador da OpenAI em 2015. Mas saiu antes por divergência com a direção da empresa, muito em função dos investimentos feitos por empresas. Em 2023, Musk decidiu lançar a sua própria startup de IA, a xAI.

O senão para Sam Altman, que apoiou Trump, é que Musk é um dos homens de confiança do novo presidente e lidera o Departamento de Eficiência Governamental, um braço da Casa Branca com a missão de reduzir a burocracia federal.


A transição da OpenAI para uma fundação com fins lucrativo é complicada porque colocar um preço no controle sem fins lucrativos da OpenAI sobre o braço com fins lucrativos.

A procuradora-geral de Delaware, Kathy Jennings, disse que está revisando as mudanças propostas pela OpenAI para garantir que a empresa esteja “aderindo a seus propósitos de caridade específicos para o benefício dos beneficiários públicos, em oposição aos interesses comerciais ou privados dos diretores ou parceiros da OpenAI”.

Especialistas jurídicos avaliam que a proposta de Musk complica o valor justo que a OpenAI tem que decidir para ativos de caridade na conversão em troca de abrir mão do controle. “o valor proposto pode ajudar a definir um ponto de preço na avaliação dos ativos sem fins lucrativos”, admite Robert Weissman, copresidente da Public Citizen, o órgão de defesa dos direitos do consumidor.

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