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Computação em nuvem: tarifaço de Trump azeda mercado global para as titãs americanas

Europeus reagem; saem em defesa da soberania digital, mas miram mesmo a bilionária corrida da Inteligência Artificial.

A retaliação dos europeus ao tarifaço do presidente Trump está perto de vir do segmento de computação em nuvem. Mercado amplamente dominado pelos hiperscalers norte-americanos: AWS, Microsoft Azure e Google Cloud pode ter uma reviravolta com a justificativa da soberania digital, mas, principalmente, por conta da corrida bilionária da inteligência artificial.

“No atual contexto geopolítico, estamos observando uma mudança nas preocupações de empresas privadas e organizações públicas na Europa. Questões de autonomia estratégica estão agora na agenda dos CEOs”, afirmou o CEO da OVHCCloud, Benjamin Revcolevschi. A OVHCCloud opera 43 instalações em quatro continentes e lidera o mercado europeu. “A escolha de um provedor de nuvem não é mais apenas uma questão técnica, mas também estratégica”, ponderou.

A reação não é apenas pela soberania digital. Data centers e poder computacional são cruciais na corrida global da IA, pois são componentes técnicos necessários para treinar e operar modelos de IA. As empresas também utilizam data centers e soluções de nuvem para diversas atividades digitais além das aplicações de IA e a dependência europeia de soluções digitais americanas somada à reação ao governo Trump começa a incomodar de verdade.

A principal concorrente da OVHCloud, a Iliad, por meio de sua subsidiária OpCore, que opera os 13 data centers do grupo, já anunciou investimento de 3 bilhões de euros (US$ 3,4 bilhões) em infraestrutura de IA, especificamente em poder de computação e data centers para rebater à folgada liderança dos hiperscalers americanos.


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