A melhor experiência do cidadão com os serviços digitais é uma jornada que enfrenta desafios como a universalização do acesso e pela integração das bases de dados governamentais, pontua o líder para o setor público da Cisco Brasil, Paulo Osterkamp.
À CDTV, do portal Convergência Digital, o executivo observa que as bases de dados do governo se falam pouco e ainda precisam ser integradas para centralizar o atendimento ao cidadão. “Hoje com diferentes canais e sem integração, o cidadão tem de ficar repetindo suas informações. A jornada está muito fragmentada. O Omnichannel é a resposta uma vez que integra múltiplos canais, com múltiplos atendimentos.”, observa.
Para Osterkamp, o governo tem boas iniciativas para a integração das bases de dados, mas ela não acontece na velocidade que o cidadão precisa. “Há os desafios técnicos, mas também temos de acelerar os acordos entre as esferas do governo para viabilizar a troca das informações”, adiciona. Outro ponto destacado pelo líder para o setor público da Cisco Brasil é o letramento digital.
“O cidadão precisa ser treinado. A Cisco está fazendo a sua parte com o programa Cisco Networking Academy. Já formamos quase 1 milhão de pessoas. Temos parceria nacional com o SENAC. E com o avanço da conectividade, também avançamos para a região Norte. Antes era muito concentrado no Sul e Sudeste”, pontua. Já o letramento digital do servidor passa muito pela cibersegurança. Os ataques se multiplicam e os servidores têm de estar preparados para enfrentar as ações dos hackers.
Questionado sobre as ações de cibersegurança no governo, Osterkamp lembra que, no governo, cada órgão tem, em média, mais de 10 soluções diferentes para tratar a segurança, o que cria dois desafios: o de manter tudo atualizado e impedir o ataque pelas vulnerabilidades conhecidas e não tratadas e a própria integração das diferentes soluções, que acabam criando pontos cegos que abrem brechas para ataques. “Tenho a convicção que haverá uma consolidação das soluções de segurança. Não é possível consumir dados em quatro, seis ou oito consoles de segurança”, assinala.
Com relação à Inteligência Artificial, Paulo Osterkamp assegura que a tecnologia vai alavancar todos os tipos de negócios, mas há pontos a serem observados para o setor público. “Pesquisa da Cisco mostrou que no setor privado, apenas 2% dos CEOs se sentem preparados para usar a IA. No Governo, o desafio é ter pessoas capacitadas e induzir a velocidade necessária para posicionar o Brasil no mercado global. IA precisa gerar valor. Temos de entender como o governo vai usar a inovação para se colocar na vanguarda do melhor atendimento ao cidadão e para a evolução da própria máquina pública”. Assista a íntegra da entrevista com o Líder do Setor Público da Cisco Brasil, Paulo Osterkamp.