Ciberataques baseados em IA atingiram mais de 20% das empresas brasileiras
Pesquisa mostra ainda que 71% das organizações ouvidas admitem que têm lacunas em sua capacidade de enfrentar as ciberameaças atuais, incrementadas pela inteligência artificial.

Vinte por cento das empresas no Brasil afirmam que a maioria dos ciberataques sofridos continha algum nível de Inteligência Artificial (IA), revela estudo da Kaspersky. A pesquisa, que escutou profissionais de segurança da informação de PMEs e grandes corporações revela o crescente impacto da IA nos ataques digitais.
De acordo com o relatório, 71% das empresas no Brasil reconhecem ter lacunas em sua capacidade de enfrentar as ciberameaças atuais. Ainda, 20% das empresas do país dizem que a maioria dos ciberataques sofridos teve algum uso de Inteligência Artificial e outras 26% acreditam que sofreram mais golpes com IA do que sem a IA, demonstrando que essa tecnologia está se tornando uma ferramenta cada vez mais explorada por criminosos virtuais.
Para a Kaspersky, um dos principais usos da IA em golpes online é feito no aprimoramento das mensagens de phishing e em golpes baseados em engenharia social. Com a IA, cibercriminosos conseguem gerar e-mails, SMS e sites falsos extremamente convincentes, imitando a comunicação legítima com precisão alarmante. Essa capacidade de adaptação em tempo real, impulsionada pela IA, aumenta significativamente o risco das vítimas, mesmo as mais experientes, sejam enganadas e tenham suas informações comprometidas.
“Os cibercriminosos estão aproveitando a IA para tornar seus ataques mais escaláveis e difíceis de detectar. Embora as táticas tradicionais, como phishing e malware, permaneçam as mesmas, a IA aumentou sua eficácia, permitindo que sejam mais personalizadas e precisas. Agora, os invasores podem criar conteúdo falso com um nível de realismo sem precedentes, imitando comunicações legítimas e reduzindo as chances de a vítima suspeitar da armadilha. Essa evolução representa um desafio crescente para a cibersegurança, pois as ameaças orientadas por IA estão se tornando mais rápidas e adaptáveis”, comenta María Isabel Manjarrez, pesquisadora de segurança da Equipe Global de Pesquisa e Análise para a América Latina da Kaspersky.