Apagão na Europa: autoridades adotam cautela e dizem ser muito cedo para dizer a causa
Fontes oficiais de Portugal e da Espanha dizem que não há indícios de ataque hacker, mas admitiram a ocorrência de um evento climático extremo e raro. Políticos pedem cautela máxima à população.
Eventos climáticos extremos estão sendo indicados como os responsáveis pelos cortes que interromperam o fornecimento de energia na Espanha, Portugal e parte da França, disseram operadoras de rede nesta segunda-feira. A REN, operadora de rede elétrica de Portugal, afirmou que “variações extremas de temperatura” produziram um “fenômeno atmosférico raro” que causou os cortes.
Segundo a operadora de energia, a falha na rede elétrica espanhola se deu devido a variações extremas de temperatura que provocaram oscilações anômalas nas linhas de alta tensão (400 kV). Essas oscilações levaram a falhas de sincronização entre os sistemas elétricos, resultando em perturbações em toda a rede europeia interligada. O que se acredita ser o maior corte de energia da Europa causou o cancelamento de voos, a interrupção de trens, deixou cidades inteiras sem eletricidade e internet e milhões de pessoas sem serviços vitais.
Segundo dados oficiais, a geração solar é responsável por um terço do fornecimento de energia de Portugal. A Red Electrica, operadora de energia da Espanha, estimou que poderia levar de seis a 10 horas para restaurar a energia no país. A REN em Portugal afirmou acreditar que poderia levar até uma semana para que o serviço normal fosse retomado.
Apesar dos rumores de ataques cibernéticos, essa possibilidade foi, pelo menos inicialmente, descartada. O primeiro-ministro de Portugal e também presidente do Conselho Europeu, Luis Montenegro, disse que “não há indícios” de que um ataque cibernético esteja por trás do corte de energia.
Já o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em pronunciamento à nação, pediu que os cidadãos evitassem deslocamentos desnecessários e poupassem o uso de telefone para não colapsar os centros de atendimento de emergência. Sánchez disse que ainda é cedo para identificar as causas do apagão. “É melhor não especular”, disse o premiê, que pediu para a população confiar apenas em informações oficiais e evitar notícias falsas.
