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SAP: Sem adequação à Reforma Tributária, o risco de parar em janeiro é real

De acordo com a companhia, 95% dos clientes já iniciaram algum tipo de adequação ao novo sistema.“Não será um processo difícil, vai ser trabalhoso”, adverte Franklin Bruno, gerente de Solutions Advisors da SAP Brasil.

Por Suzana Liskauskas

As mudanças exigidas pela Lei Complementar 214/2025, a primeira regulamentação da reforma tributária, começam a ser colocadas em prática no início de 2026. Apesar de o tema suscitar muitas preocupações entre empresários, para os clientes SAP, essa transição será mais simples, assegura Franklin Bruno, gerente de Solution Advisors da SAP Brasil.

“Não se trata de mágica. Usamos a inteligência dos sistemas SAP em países com modelos tributários parecidos ao que será implementado no Brasil, como é o caso do Canadá e da França”, afirma Bruno. “No dia seguinte à sanção da Lei Complementar 214 (16 de janeiro de 2025), já oferecemos aos nossos clientes notas de atualização sistêmica”, detalha.

O processo de adequação às mudanças trazidas pela reforma tributária, originada pelo Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, exigirá das empresas uma série de transformações a partir da substituição de cinco impostos atualmente cobrados pela União, estados e municípios. A reforma institui a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que vai substituir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). A outra mudança é o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que passa a valer em substituição ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto Sobre Serviços (ISS).

O público do SAP Now AI Tour Brazil terá a oportunidade de ver, na prática, como o RISE e o S/4Hana estão preparados para a transição da reforma tributária. Embora essa jornada seja mais fácil para quem já trabalha com essas versões, Bruno observa que os clientes com versões anteriores, como ECC 6.0 e EHP 8, 7 e 6, também poderão aproveitar as atualizações sistêmicas referentes às exigências da reforma tributária.

Entre os clientes SAP, Bruno ressalta que 95% já iniciaram algum tipo de adequação para a reforma tributária. “A empresa que não olhar para reforma tributária não vai operar a partir de janeiro de 2026. Quem é cliente SAP precisa atualizar seus sistemas. Não será um processo difícil, vai ser trabalhoso”, diz Bruno.

Na prática, a SAP dividiu a reforma tributária em três pilares: cálculo do imposto, obrigações acessórias e notas fiscais eletrônicas. Bruno destaca que a chegada da reforma tributária praticamente dobrou a quantidade de lançamentos contábeis das empresas.

“Então, não é só uma questão de cálculo, é também sobre ter um sistema preparado para aguentar esse volume de informações que deverão ser tratadas. A SAP tem um sistema muito robusto e também bastante flexível. Conseguimos colocar os impostos vigentes com os impostos futuros dentro do mesmo motor de cálculo”, detalha Bruno.

Essa característica do motor de cálculo facilita a apuração de impostos, que não estarão em sistemas diferentes. No momento da adoção, em 2032 dos impostos instituídos pela reforma, quem tem SAP vai fazer esse processo com mais naturalidade, segundo Bruno. “Os clientes SAP não precisarão de nenhum tipo de ajuste radical”, diz.

A reforma tributária exigirá das empresas uma revisão dos processos de compras e vendas, uma reavaliação da forma como precificam e realizam negócios, além de questões logísticas, avalia Bruno. A SAP começou a fazer adequações para ajustar o ambiente das empresas às demandas instituídas pela reforma tributária desde 2024. No início deste ano, a SAP divulgou as notas de atualização do sistema.

“Fizemos uma série de testes para entender a volumetria e o desempenho da nossa solução. Em um ambiente de teste, conseguimos emitir 240 milhões de notas em 0,9 milissegundo. Colocamos um número expressivo de transações para ver o nível de resposta da solução e conseguimos um resultado espetacular”, afirma Bruno.

Os testes mostraram que os sistemas SAP estão aptos a lidar com qualquer segmento, inclusive os que apresentam uma quantidade exponencial de emissões de notas fiscais, como as empresas concessionárias de serviços públicos, como energia e saneamento. Para os clientes SAP, Bruno recomenda que não negligenciem atualizações de sistemas e apliquem as notas de atualização sistêmica já disponíveis.

Outra providência relevante é revisar as customizações, sobretudo na formação de preço de venda, compras e logística. Na avaliação de Bruno, a rapidez com que a SAP apresentou soluções para a reforma tributária tem colocado a empresa em uma posição de destaque e atraindo novos clientes.

“Para transformar essa complexidade em algo bastante simples, a SAP dispôs de um leque de conhecimento de suas equipes, usando inclusive inteligência artificial para facilitar a adoção das novas regulamentações. A reforma não é perfeita, mas é a melhor possível para o momento atual. Estou bastante confiante”, diz.

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