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Com Oracle, Globo escala uso da Inteligência Artificial

Somente na parte de supply chain são em torno de 55 funcionalidades de IA que a Globo vem trabalhando com a Oracle e, dentro dessas 55, aproximadamente a metade já está implantada ou em teste.

Roberta Prescott

Com Oracle como provedora principal das soluções corporativas, a Globo avança no uso de inteligência artificial, conforme contou o gerente-sênior de tecnologia da informação, Alexandre Donner, ao falar com jornalistas durante o evento Data & AI Forum, realizado pela Oracle, no dia 26 de agosto, em São Paulo.

Ele explicou que a Globo já adota IA em modelos preditivos há muitos anos e agora vem escalando para diversos produtos na cadeia de valor como um todo, seja para recomendação de conteúdo e de publicidade, seja para personalização. A empresa também está usando o recém-lançado AI Agent Studio.

A Oracle é a fornecedora de diversos sistemas, como ERP, de supply chain, de gestão de operações de armazéns e centros de distribuição (WMS), de gestão de desempenho empresarial (EPM) e de recursos humanos (HCN). “Ao longo dessa jornada a gente vem evoluindo com a Oracle trimestralmente; com as entregas dos releases, vamos incorporando aos nossos processos não só novas funcionalidades como agora também novas features de IA e novos agentes”, disse o executivo.

Por meio de vários processos internos, a área do Donner escutou, avaliou e priorizou as ações envolvendo as novas IAs. Somente na parte de supply chain são em torno de 55 funcionalidades de IA que a Globo vem trabalhando com a Oracle e, dentro dessas 55, aproximadamente a metade já está implantada ou em teste.


Como exemplo, o executivo citou uma IA generativa para recomendação de fornecedores, para complementar os itens que estão sendo requeridos ou comprados e também para consultar as políticas de compra online e não ter de recorrer a cada dúvida ao documento. Na visão de armazém, algumas IAs facilitam o arranjo e o arquivamento de diversos itens a partir de recomendações de onde guardar conforme a saída do material. E, na visão de desempenho do produto, a IA ajuda no cálculo de custos e retorno sobre gastos.

“Então, pode olhar a performance de um determinado produto de uma determinada produção, uma determinada novela, o que quer que seja, chegando até a granularidade de um determinado capítulo de uma novela ou um evento específico de um Big Brother, uma prova do líder, por exemplo, e saber quanto isso nos custou, quanto isso faturou e que tipo de resultado tive — se isso foi bom, foi ruim, o que pode ser melhor em um ou no outro”, exemplificou.

Falando sobre agentes, o executivo de TI afirmou que a Globo separa muito bem o que é IA embarcada da IA a ser desenvolvida. “Quero usufruir tudo que a Oracle pode me dar, estou atento ao roadmap para saber o que vai fornecer de IA embarcada e, se eu precisar desenvolver uma IA específica, eu vou desenvolver. E aí com qual LLM? Com o que eu entender que seja melhor”, disse.

A Globo também está usando o AI Agent Studio que traz guias para construir agentes e IAs. Recém-lançada, essa plataforma traz templates pré-estruturados para as empresas criarem os seus agentes, que podem consumir dados de dentro das aplicações da Oracle, mas podem também combinar com dados de fora.

A expectativa é que com a plataforma a Globo passe a desenvolver vários agentes de IA. “Queremos democratizar para as áreas de negócios também dominarem”, assinalou. O programa de IA dentro da Globo existe desde de 2024 e está dividido em quatro quadrantes.

“Um quadrante toca toda a parte de conteúdo, que a gente chama que é IA para todos, e tem ali geração de conteúdo, produção de conteúdo etc. Tem a IA para cada um de nós, que é para a jornada do consumidor; tem a IA para o mercado, que é toda a parte do mercado de publicidade de uma forma geral; e tem a IA para gestão corporativa para os nossos colaboradores”, detalhou.

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