Claro: Precisamos de paz, organização, mais regulação, não de mais competição

O presidente da Claro, José Félix, destacou, durante o Painel Telebrasil Summit 2025, nesta terça-feira, 2/9, a importância da inovação e da colaboração entre as grandes operadoras no Brasil. Para ele, uma das transformações mais relevantes em andamento no setor de telecomunicações é o avanço do Open Gateway, iniciativa que une esforços das três maiores companhias do país em prol de novas oportunidades de negócio. “O Open Gateway tem o mérito de unir esforços em favor de uma causa que gera novas oportunidades. Isso de fato pode alterar a dinâmica do mercado”, afirmou.

Segundo o executivo, esse movimento tem acontecido de forma quase silenciosa, mas promissora, já que depende de uma cooperação rara entre empresas tradicionalmente concorrentes. “Apesar de falarmos muito sobre convergência, o setor compete bastante e tem dificuldade em convergir de fato. O que vemos agora é um trabalho tranquilo, até admirável, porque é difícil fazer com que companhias evoluam de maneira convergente”, avaliou Félix.

No campo corporativo, o presidente da Claro ressaltou a consolidação da marca Claro Empresas, em substituição à tradicional Embratel, como parte da estratégia de expansão no mercado B2B e de SMB. “Foi um processo tranquilo, assim como ocorreu anteriormente com a NET. Hoje eu diria que a Claro é uma companhia completamente integrada, mas percebemos que precisávamos dar mais atenção às pequenas e médias empresas, que são uma das grandes alavancas de crescimento daqui para frente”, disse.

Para liderar essa frente, no início deste ano, a operadora contratou Roberta Godoi como CEO da unidade com o objetivo de fortalecer a aproximação com diferentes perfis de clientes e criar produtos específicos para o segmento. “Ela tem a capacidade de entender o ambiente e fazer uma gestão positiva, mostrando benefícios e oportunidades mútuas de crescimento. Ao invés de atritos, temos hoje um ambiente ainda melhor do que antes”, destacou o presidente.

O cenário econômico também foi tema da fala de Félix, que reconheceu desafios relacionados à carga tributária, à segurança jurídica e ao excesso de ruído no país, mas se mostrou confiante no potencial de investimento no setor. “O volume de dinheiro investido denota um sentimento de otimismo. Só queremos paz e organização, não é pedir muito. Precisamos de mais regulação, não de mais competição. Temos que ser realistas com as limitações do Brasil e combinar tecnologias para levar conectividade a um país de dimensões continentais”, concluiu.

*Com Conexis Brasil