Huawei: DeepSeek e Pangu estão longe de serem concorrentes na Inteligência Artificial

Ana Paula Lobo, de Shangai, China

De forma bem clara e transparente, o vice-presidente da Huawei para a América Latina e Caribe, Daniel Zhou, descartou qualquer tipo de competição entre o DeepSeek, a LLM chinesa que apareceu em janeiro deste ano, e a Pangu, a inteligência artificial desenvolvida pela própria companhia.

“Temos 10 clientes no mundo usando DeepSeek na Huawei Cloud e queremos mais. Pangu está sendo usada para aplicações industriais, no B2B. Não há qualquer competição entre elas. As duas têm espaço e força de crescimento”, sinalizou Zhou, em entrevista coletiva para jornalistas da América Latina, em Shangai, nesta quarta-feira, 18 de setembro.

Na prática, Zhou enfatizou que a ideia da Huawei – muito incentivada pela estratégia do governo chinês – e crescer fora da China por meio de parceiros. A empresa prioriza ter um ecossistema de canais para chegar aos diferentes segmentos da economia.

Zhou admitiu ainda que a Huawei, como uma empresa privada, sofre o impacto de tarifas – como as impostas pelo governo Trump, nos Estados Unidos, mas é uma empresa privada e encontra a solução também com o seu ecossistema. “Hoje a Huawei trabalha muito, mas muito com os seus parceiros. E com eles vamos encontrar a saída”, reforçou.

O executivo deixou claro ainda que a Huawei Cloud tem um papel de destaque na estratégia de IA, seja na parte de armazenamento de dados, seja na parte da oferta de alta capacidade de computação. “Nós estamos trabalhando com a inteligência. Cloud faz muito parte desta estratégia”, completou. A sinalização de Zhou confirma que a cloud da Huawei não vai, de fato, brigar por espaço e cliente B2C com as rivais norte-americanas. O planejamento é ser a fornecedora do B2B. No Brasil, inclusive, a Huawei faz parte da nuvem soberana do governo federal com contratos com Dataprev e Serpro.

A jornalista viajou a Shangai a convite da Huawei Brasil