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TIC Educação: Escolas públicas de ensino médio têm maior dificuldade em proibir celulares

As escolas municipais e particulares são mais eficazes em coibir uso pelos alunos.

A edição 2024 da Pesquisa TIC Educação, divulgada pelo Cetic.br nesta terça, 16/9, mostra que o uso de celulares por alunos nas escolas já vinha em queda antes mesmo da promulgação da Lei nº 15.100/25, sancionada em janeiro deste ano, que restringe dispositivos móveis na educação básica.

Entre 2022 e 2024, a proporção de estudantes que acessavam a internet na escola pelo celular pessoal caiu de 55% para 45%. Nas escolas municipais, a queda foi de 32% para 20%, enquanto nas particulares passou de 64% para 46%. Nas áreas rurais, o recuo foi ainda mais acentuado: de 47% para 30%.

Fonte: TIC Educação 2024, Cetic.br

As próprias instituições vinham endurecendo suas regras. Em 2023, 28% das escolas proibiam o uso de celulares pelos alunos, percentual que subiu para 39% em 2024. Já a permissão em horários ou espaços específicos caiu de 64% para 56% no mesmo período. O movimento foi mais intenso nos anos iniciais do Ensino Fundamental, em que a proibição avançou de 43% para 61%.

“Os dados refletem esse debate que já estava sendo realizado antes ainda da promulgação da lei e das práticas que já estavam sendo realizadas inclusive na restrição desses dispositivos digitais. A pesquisa foi realizada entre agosto de 2024 e março de 2025, então pegamos o início dessa adaptação das escolas após a lei”, explicou a coordenadora da pesquisa TIC Educação, Daniela Costa.

Ainda que o uso do celular tenha recuado, o acesso à internet nas escolas se manteve estável: em 2022, 77% dos alunos afirmaram se conectar na escola, contra 75% em 2024. A maior diferença apareceu no recorte rural, onde a proporção de estudantes que acessam a rede caiu de 63% para 50%.


“Houve sim uma diferença, uma diminuição da permissão de uso do telefone celular nas escolas. Uma maior proporção de gestores escolares declarou proibir o acesso. Essa não permissão ocorre com mais intensidade nas escolas que atendem alunos de menor faixa etária, como os anos iniciais do Ensino Fundamental, que passou de 43% para 61%”, destacou a coordenadora da pesquisa.

Fonte: TIC Educação 2024, Cetic.br

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