Dataprev: Demanda exponencial ultrapassa 55 bilhões de dados
Na Futurecom 2025, estatal diz que acordos com Oracle, AWS, Huawei e Google ampliam opções.


A construção da nuvem soberana brasileira, projeto estratégico para garantir a segurança e a gestão de informações sensíveis do Estado, vem ganhando novos capítulos com a atuação conjunta de órgãos como Dataprev e IBGE. Algumas destas iniciativas foram apresentadas nesta terça-feira, 30, durante um dos painéis do Futurecom 2025.
Durante a apresentação, executivos dos dois órgãos comentaram que estão ampliando suas estruturas de data centers e estabelecendo parcerias que assegurem o armazenamento e processamento de dados críticos dentro do território nacional.
Marcos de Jesus Vanzelli Arrais, gerente executivo do Departamento de Suporte Técnico de Infraestrutura de TIC da Dataprev, destaca a relevância do tema. “A Dataprev é sensível a essa questão da necessidade de hospedar os dados de maneira segura. Hospedamos mais de 55 bilhões de dados extremamente sensíveis dos cidadãos. Temos nossos próprios data centers, mas a demanda vem crescendo exponencialmente”, afirma.
Segundo ele, a estratégia para acompanhar essa expansão passa pela diversificação de parceiros tecnológicos. “Vimos a necessidade de expandir, com acordos com empresas como Oracle, AWS, Huawei e, mais recentemente, com o Google. Isso nos dá opções de atender nossos clientes com a agilidade necessária e atendendo à manutenção de dados sensíveis dentro do território nacional. Destas empresas, temos nuvem pública e privada com a Huawei e AWS, nuvem pública com a Oracle e, com o Google, teremos pública e privada”, explica.
No IBGE, o trabalho caminha em sintonia. Bruno Gonçalves Santos, coordenador de infraestrutura de data centers do instituto, ressalta que a autarquia também se estrutura para integrar a nuvem soberana. “O IBGE, como órgão de governo, vem se estruturando e fazendo convênios tanto com a Dataprev quanto com o Serpro e estruturando seus data centers. Entendemos que precisamos fazer parte da nuvem soberana do governo, especialmente para os dados sensíveis do país. Estamos nos estruturando para isso”, afirma.
A modernização da infraestrutura também muda a lógica de gestão de dados. “Hoje não existe mais a questão de data centers primário ou secundário, mas uma cloud que cuida de seus dados. A parceria com outros órgãos de governo nos permite fazer a análise destes dados. Estamos trabalhando em um sistema nacional de estatística e dados. Hoje há silos das empresas com informações e estamos trabalhando isso com outros órgãos”, diz Santos.
Segundo ele, a integração trará ganhos significativos para a produção e análise de informações. “Fazendo as pesquisas que o IBGE realiza e bebendo nessa fonte de dados administrativos, conseguimos fazer uma análise das informações mais rapidamente. É um projeto bem interessante e só está no início. É importante todas as áreas conversarem”, conclui.
Com a união de esforços, Dataprev e IBGE reforçam o compromisso de criar uma infraestrutura digital soberana, capaz de sustentar políticas públicas, estatísticas nacionais e a proteção de informações estratégicas para o Brasil.