
O impacto transformador da IA no trabalho e nas organizações exige das empresas e das pessoas se adaptarem constantemente, algo que contrasta com o desenvolvimento humano e organizacional, que progride logaritmicamente. A mudança da execução de tarefas para a concepção de fluxos de trabalho e sistemas e o surgimento de novas funções refletem essa vertente mais ampla da IA. As observações são do futurista Ian Beacraft, CEO da Signal e Cipher, que palestrou no Dell Technologies Forum 2025, realizado em São Paulo, nesta quinta-feira (9/10).
Ele observou também a rápida obsolescência das habilidades, com as habilidades técnicas tendo uma meia-vida média de 18 a 36 meses, e introduziu o conceito de “fluxo de habilidades”, em que as habilidades aumentam e diminuem de valor devido aos avanços exponenciais da IA.
“Se você olhar inteligência artificial como apenas uma ferramentas, você está perdendo o potencial dela”, frisou Ian Beacraft, explicando que ferramentas habilitam novas maneiras de fazer uma tarefa, enquanto a inteligência artificial reescreve as regras do sistema, mudando como as tarefas e os empregos são valorizados. “Muda o que é valioso para você, remolda o ecossitema, o ambiente.”
Diante de um cenário de trabalho em constante evolução e transformação, fica, cada vez mais, evidente a importância da adaptabilidade, aprendizagem, desaprendizagem e reaprendizagem das pessoas nas mais diversas funções. Ian Beacraft introduziu o conceito de “generalista criativo”, destacando como a IA pode expandir os conjuntos de habilidades para além das descrições tradicionais de cargos. Tanto é assim que organizações nativas de IA estão adotando a tecnologia para reengenharia do trabalho e aprimoramento de habilidades e capacidades.