Nvidia: Redata é a chance de o Brasil se colocar como polo atraente para investimentos em IA
Infraestrutura de IA não se reduz ao custo do equipamento, mas inclui disponibilidade de terreno e energia, diz Guilherme Fuhrken, gerente de vendas corporativas para América Latina da Nvidia.
A Nvidia tem visto um crescimento bastante forte na demanda e no uso de inteligência artificial. “A gente saiu de um cenário com muita prova, muito teste e curiosidade para um ambiente produtivo”, disse em entrevista em vídeo à CDTV, Guilherme Fuhrken, gerente de vendas corporativas para América Latina da Nvidia, durante o Dell Technologies Forum 2025. De acordo com ele, empresas de todas as indústrias — e não de uma vertical específica — estão adotando IA.
A construção de IA agêntica, com modelos que saíram só do texto para texto, incorporando multimodais com capacidade de pensamento do reasoning também tem crescido, puxada por novos casos de uso. “Já não é mais só a consulta de uma base de dados conhecida, agora tem condições de acessar dados em tempo real, aplicações e começar a criar uma estratégia de como responder um determinado prompt”, explicou.
Falando sobre a corrida pelo protagonismo em IA, Fuhrken ponderou que o Brasil não fica atrás de outros países e disse que a Nvidia vem conversando com o governo, tanto de cidades e de estados, como também o governo federal sobre a importância de o Brasil ter uma estratégia de inteligência artificial soberana.
“E isso passa por várias ações. Uma delas é atrair investimentos e fazer com que o Brasil seja protagonista. O Custo Brasil a gente sabe que para muitas indústrias é um bloqueador de atração de investimento, mas com essa demonstração do governo de reduzir [impostos] pode antecipar, na verdade, um benefício fiscal com o Redata,. Isso faz com que o Brasil agora seja um polo super atraente para investimento”, detalhou.
O pano de fundo é que a infraestrutura de inteligência artificial não se restringe ao custo do equipamento. Inclui disponibilidade de terra, de espaço e de energia. Além do Redata, Fuhrken destacou a necessidade de um marco regulatório para guiar o uso dos data centers não só para consumo interno, mas para exportar inteligência artificial, tendo em vista a demanda crescente do mundo por espaço e de energia para a construção de grandes data centers voltados para a inteligência artificial.
Na entrevista, Fuhrken falou ainda da oportunidade de sediar no Brasil o treinamento da IA — indo além da simples inferência. Também explicou o conceito de fábrica de IA que vem sendo ressaltado pela indústria.