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Biofy cria banco com mais de 700 mil registros e usa IA para reduzir mortes por infecções no Brasil

“Meu sonho é que as pessoas não morram mais de infecção por bactéria”, diz Paulo Perez, CEO e cofundador da Biofy Technologies

Saber exatamente qual é a bactéria e tratá-la muda a perspectiva de tratamento nos hospitais. A Biofy Technologies tem usado inteligência artificial para desenvolver ferramentas que contribuam para o combate à resistência a antibióticos. A empresa alia IA e análise genômica (sequenciamento de DNA) para identificar infecções, suas resistências aos antibióticos e indicar o tratamento mais eficaz.

Para tanto, criou um banco de dados de vetores com mais de 700 mil registros bacterianos, diminuindo o tempo de testes de resistência a antibióticos de semanas para quatro horas e reduzindo significativamente as taxas de mortalidade no Brasil. A tecnologia também permite o desenvolvimento de novos antibióticos e a empresa está explorando o uso da IA ​​em pesquisas genéticas para combater o envelhecimento e as doenças.

“No Brasil, tradicionalmente, os hospitais têm uma taxa de mortalidade causada por infecções de 70%, que é um número enorme. Usando a nossa solução, estamos reduzindo a 50% e acreditamos que podemos ir além, chegando a 30% ou menos. Esperamos salvar 2 mil vidas somente em 2025”, disse Paulo Perez, CEO e cofundador da Biofy Technologies, ao participar da sessão de abertura do Oracle AI World 2025, realizado em Las Vegas.

Da mesma maneira, a Biofy usa vetor para encurtar o tempo de identificação de mutações das bactérias. “Começamos a pesquisar o uso da IA ​​para desenvolver novos e melhores antibióticos contra as superbactérias. Então, agora é possível usar a IA para criar novos medicamentos e testá-los, reduzindo o tempo necessário para isso de dez para três anos. Então, ainda acredito que entre três e cinco anos, no máximo, teremos novos antibióticos para trabalhar contra ou lutar contra essas superbactérias”, disse.

Falando sobre o uso de inteligência artificial, Perez destacou a redução de tempo que a tecnologia proporciona. “Quando falamos de saúde, tempo é vida. Horas, dias representam a diferença entre salvar ou não uma vida. E graças à IA temos 2 grandes aplicações: a identificação de bactérias que no processo convencional leva três a cinco dias e com IA fazemos em horas. E a outra é usar IA para desenvolvimento de novos medicamentos que, usando simulações usando IA, reduz tempo e representa mudança significativa na saúde”, apontou.


A empresa usa o banco de dados vetorial da Oracle. “Convertemos o DNA em um vetor e armazenados em um banco de dados vetorial”, explicou. Em 2022, a Biofy escolheu a Oracle Cloud Infrastructure (OCI) como sua plataforma de serviços de nuvem pública. Com GPUs de última geração e baixa latência, o OCI permite a execução de serviços de banco de dados e aplicações multicloud, além de possuir diversas soluções praticamente prontas em seu ambiente, que podem ser utilizadas por desenvolvedores para acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias.

Ao migrar, a Biofy diz que reduziu seus custos com infraestrutura de TI em 50% e dobrou o desempenho de algumas de suas soluções. A empresa também utiliza recursos como o Oracle Autonomous Database, que permite a criação de data lakes com relacionamentos automáticos entre dados, o OCI Vision, focado em reconhecimento de imagens, e o Oracle Document Understanding, usado para extrair informações de documentos.

Atualmente, o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia adotou a solução da Biofy e juntos criaram um centro de inteligência artificial genômica. O Lemos Laboratório também é usuário e outros estão em negociação. Segundo Perez, uma das barreiras foi convencer os médicos a acreditarem na acuracidade da solução. “Meu sonho é que as pessoas não morram mais de infecção por bactéria”, finalizou Perez.

A Jornalista viajou ao Oracle AI World a convite da Oracle Brasil

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