Brasil tem dois ciberataques contra smartphones por minuto, 54% de todos na América Latina
Invasões com publicidade e golpes de empréstimos lideram os 1,1 milhão de ataques registrados em 12 meses.

Dos 2,03 milhões de tentativas de ataques cibernéticos a dispositivos móveis registrados em toda a América Latina em um ano, 1,1 milhão, ou 54%, foram contra alvos no Brasil.
O levantamento, que mediu bloqueios de ataques entre agosto de 2024 e julho de 2025, realizado pela empresa de segurança digital Kaspersky, mostra que os brasileiros são alvos de 2,1 ataques a cada minuto.
Os principais ataques partem de aplicativos de propaganda agressiva (Adware) e dos golpes de empréstimo (SpyLoan) como principais riscos para usuários do sistema Android, maioria absoluta dos smartphones no país e na região como um todo.
Depois do Brasil, o México aparece com 411 mil tentativas, seguido por Equador (134 mil), Colômbia (95 mil), Argentina (88 mil) e Peru (57 mil).
Os Adwares representam mais de 50% das ameaças bloqueadas, dominando o cenário de ciberataques móveis. Esses aplicativos, muitas vezes camuflados como jogos ou ferramentas de utilidade, exibem publicidade de forma insistente, abrem janelas indesejadas e drenam a bateria do aparelho.
Além do incômodo, também podem servir como porta de entrada para ataques mais graves. Entre as variantes mais detectadas estão o HiddenAd.aiu (18,07%), o Adlo.u (11,24%) e o HiddenAd.alo (8,83%).
Outro destaque é o SpyLoan, que segue em alta com duas variantes entre as 16 ameaças mais comuns — SpyLoan.pj (7,96%) e SpyLoan.qk (3,54%). Esses aplicativos se apresentam como serviços de empréstimo rápido, mas escondem um golpe: exigem acesso amplo ao aparelho e podem bloquear todas as funções do celular em caso de atraso no pagamento, cobrando valores abusivos para liberar o dispositivo.
O relatório também aponta a presença de RiskTools, como Revpn.al (6,64%) e Wapron.bay (5,33%), que simulam ser ferramentas legítimas — por exemplo, de VPN ou acesso remoto —, mas que podem coletar dados pessoais, rastrear atividades ou realizar cobranças indevidas. Entre outras ameaças aparecem spywares, como o Cerberus.b (4,16%), capazes de monitorar mensagens e ligações, e trojans como Boogr.gsh (2,79%) e Triada.z (2,42%), que permitem o controle remoto do aparelho.





