Telefônica/Vivo prioriza fibra óptica e investe R$ 24 bi até 2019
Expandir a rede de fibra óptica – em especial em São Paulo – é a prioridade dos investimentos da Telefônica/Vivo para o biênio 2017/2019, quando a operadora projeta investir R$ 24 bilhões no Brasil, revelou o presidente da companhia, Eduardo Navarro, em teleconferência de resultados do quarto trimestre de 2016, realizada nesta quarta-feira, 22/02. Os investimentos fora de São Paulo vão ser feitos, conforme a necessidade e direcionados para produtos de banda larga e IPTV.
O foco nos clientes de maior renda foi determinante para a operadora superar ‘o momento difícil do Brasil’ e registrar um bom desempenho financeiro, que viu o ARPU móvel crescer 10,8%. E a estratégia da Telefônica/Vivo não vai mudar: para continuar crescendo o alvo são os clientes de melhor poder aquisitivo, sem deixar de criar planos que acelerem a migração dos usuários pré-papo para um plano híbrido, o controle ou para o pós-pago, especialmente com a disseminação da cobertura do 4G.
Navarro, aliás, foi bem claro ao falar dos planos da operadora para o próximo dois anos: A Vivo não vai entrar numa corrida para aumentar a cobertura. Vai continuar selecionando as cidades onde irá investir, de acordo com o o seu plano de negócios. Os investimentos em rede serão para transformar a Telefônica/Vivo na melhor prestadora de serviços. “Vamos investir em novas tecnologias. Queremos ter a melhor internet dentro e fora de casa. Vamos apostar no big data para criar novos produtos”, afirmou o executivo.
Resultados financeiros
A Telefônica/Vivo registrou um total de 97,1 milhões de acessos ao final de 2016, dos quais 73,8 milhões no negócio móvel, um aumento de 0,7% frente a 2015. Com a estratégia centrada em dados e nos segmentos de alto valor, a empresa ampliou a liderança no mercado móvel e atingiu market share de 30,2% em dezembro.
No pós-pago, o crescimento de acessos foi de 7,5% e a Telefônica conquistou 38% das adições líquidas, conferindo à marca Vivo market share de 42,1% no segmento. A Telefônica Brasil ainda registrou participação líder em terminais com a tecnologia 4G, atingindo market share de 35,7% em dezembro, o que reflete a qualidade da base de clientes Vivo, bem como a estratégia focada em dados.
Na linha de negócio de M2M (Máquina a Máquina), a companhia também detém liderança de mercado. A base de acessos segue em expansão e atingiu a marca de 5 milhões de clientes em dezembro, um aumento de 18,2%, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. No negócio fixo, que compreende banda larga, TV por assinatura e voz, os acessos totais chegaram a 23,4 milhões e o destaque foi a ampliação da banda larga, que representou 7,3 milhões de clientes no quarto trimestre.
A base de clientes de ultra banda larga no serviço fixo alcançou 56,7%, uma evolução de 9,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A base de clientes com acesso via fibra ótica já é composta por 4,1 milhões, dos quais 735 mil utilizam a tecnologia FTTH (Fiber-To-The-Home).
Receitas de dados em alta
A receita líquida de serviços móveis cresceu 3,9% no trimestre em relação ao mesmo período de 2015. A variação foi impulsionada principalmente pela crescente receita de dados e serviços digitais, que apresentou aumento de 23,7% em relação a igual período do ano anterior e cuja representatividade sobre a receita líquida do serviço móvel aumentou 10,0 p.p. chegando a 62,3%.
Ainda dentro da estratégia voltada para dados, a receita de internet móvel registrou crescimento de 40,7% na comparação anual, representando 76,5% da receita de dados no período. Diante desse desempenho, o ARPU – Average Revenue per User – móvel cresceu 10,8% em relação ao último trimestre de 2015, impulsionado tanto pelo maior mix de clientes pós-pagos quanto pela maior adoção do uso de dados.
No negócio fixo, a receita de banda larga cresceu 9,6% sobre o mesmo período do ano anterior, impulsionada pela adesão à ultra banda larga, que já representa 60,3% da receita apurada pelo serviço e impacta positivamente o ARPU fixo. Apesar da retração de 4,2% em número de acessos em TV por assinatura, a receita gerada pelo serviço aumentou 4,6% no comparativo anual, graças à adesão dos clientes a serviços de alto valor, como IPTV. O endividamento bruto da companhia era de R$ 8,84 bilhões ao final de dezembro, e líquido, de R$ 2,9 bilhões. A razão dívida líquida/EBITDA caiu no ano, passando de 0,36 em 2015, para 0,22 em 2016.