Sinal vermelho para o ‘lixo da Internet das Coisas’
A internet das coisas (IoT na sigla em inglês) vai impactar a economia mundial em US$ 11 trilhões até 2025, segundo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A universidade lembra que internet das coisas tem sido encarada com otimismo por setores da indústria, podendo vir a se tornar um importante elemento econômico nas próximas décadas.
Em nota, o professor e pesquisador Eduardo Magrani, do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getulio Vargas (FGV – Direito), destacou que a IoT poderá trazer inúmeros benefícios aos consumidores e citou como exemplo dispositivos de saúde interconectados que poderão permitir monitoramento mais constante e eficiente e interação mais eficaz entre paciente e médico.
O especialista lembrou que o poder público demonstra estar atento aos benefícios da IoT, entendendo que esta surge como importante ferramenta voltada aos desafios da gestão pública prometendo, a partir do uso de tecnologias integradas e do processamento massivo de dados, soluções mais eficazes para problemas como poluição, congestionamentos, criminalidade, eficiência produtiva, entre outros.
Magrani usou o caso da IBM como exemplo de iniciativa bem-sucedida. Segundo ele, a IBM empregou US$ 3 bilhões em seu negócio de internet das coisas e fez uma parceria com a AT&T para fornecer soluções IoT industriais em uma série de questões, desde a eficiência energética até serviços de saúde. Para o professor, essas novas frentes de investimento em IoT decorrem das perspectivas de lucro positivo do setor.
O professor da FGV, porém, ressalta que não necessariamente a IoT torna a vida das pessoas mais fácil. Segundo ele, os custos para conectar um dispositivo são altos e os benefícios talvez sejam baixos demais para compensar o aumento de valor no produto. Para ele, muitas vezes, uma solução de baixo custo como uma lista de compras, em substituição ao inovador EggMinder, acabaria sendo mais conveniente na análise custo-benefício, substituindo um dispositivo caro, com configurações complexas e baterias que precisam ser recarregadas constantemente.
Eduardo Magrani alerta também que a quantidade de lixo oriunda do descarte de objetos e dispositivos obsoletos, o chamado “e-waste”, está aumentando no mundo inteiro, pois a conectividade dos aparelhos tende a deixá-los ultrapassados mais rapidamente do que produtos não inteligentes, sendo considerado um problema grave já em algumas cidades.