Banco Central quer regulamentar as fintechs de crédito
O Banco Central estuda implementar uma regulação para fintechs de crédito, com objetivo de dar maior flexibilidade e adequação às empresas tecnológicas de serviços financeiros, disse à Reuters o diretor de regulação, Otavio Damaso.
“A regulamentação (das fintechs) vem para dar um contorno jurídico para vários formatos de relacionamento ou de operação dessas empresas, ora se associando (a bancos), ora trabalhando independente, cada uma vai escolher qual é o melhor modelo que se adequa ao seu negócio”, afirmou o executivo. “Se a gente chegar à conclusão que tem que avançar é pra esse ano”, completou.
O papel principal do BC é monitorar essa evolução para não inibi-la, disse o diretor, ressaltando por outro lado que a autoridade monetária está apta a promover alterações legais e regulatórias quando identifica benefícios para a sociedade para incentivar e para acelerar o processo de inovação.
A Autoridade Monetária tem dado especial atenção para as fintechs de crédito, que vêm crescendo no país com oferta de diferenciais que incluem isenção de tarifas, juros mais baixos e serviços de nicho.”Eu acredito que há sempre espaço para expansão das fintechs de crédito e a regulação vem um pouco nessa linha, de a gente criar uma avenida para desenvolvimento com total segurança jurídica”, disse Damaso.
Em apenas dois anos, o número das fintechs passou de poucas dezenas para cerca de 250, divulgou a consultoria Fintechlab em fevereiro. As fintechs de crédito criaram no fim do ano passado uma entidade do setor, a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABDC).
Segundo o diretor, uma regulação abrangeria desde fintechs que se associam a bancos para a oferta de financiamentos, como as que originam e securitizam crédito com participação de investidores institucionais e as que fazem o chamado “peer to peer”, unindo tomadores em busca de empréstimos a investidores dispostos a financiá-los, sem intermediação de bancos.