Troca turbulenta na Telebras adia planos para o satélite
A nova investigação contra o ministro Gilberto Kassab e a prisão de Geddel Vieira Lima azedaram qualquer clima para a divulgação do controverso edital para a venda de capacidade do satélite geoestacionário de defesa e comunicações, pela Telebras. Para completar, o presidente da estatal, Antonio Loss, foi destituído do cargo no mesmo dia em que responsabilizou seu substituto pelos atrasos no cronograma do SGDC.
Integrantes do conselho de administração da empresa ouvidos pelo Convergência Digital afirmaram que o edital vai esperar ares mais positivos para vir à público. Ao mesmo tempo, debitaram no temperamento do destituído as razões da mudança de comando. Nessa versão, Loss estaria deixando a Telebras por um acúmulo de problemas de relacionamento internos.
Coincidência ou não, no mesmo dia em que foi demitido, Antonio Loss respondeu aos ataques que sofre há pelo menos um mês do colunista Cláudio Humberto, o conhecido ex-porta voz do então presidente Fernando Collor. Depois de publicar notas em que acusa um prejuízo de R$ 200 milhões por atraso na operação do SGDC, na mesma segunda saiu o repique de Loss: o atraso é culpa da fornecedora israelense Gilat, mas passou em branco por responsabilidade do diretor técnico, e agora presidente interino, Jarbas Valente.
Paralelamente, o edital para a venda de capacidade da banda Ka do satélite aguarda uma definição do Supremo Tribunal Federal, na ADPF 450 movida pelo PDT, que acusa a estatal de terceirizar suas competência para a iniciativa privada. A AGU já defendeu a proposta, mas o relator, Dias Toffoli, ainda aguarda a posição da Procuradoria Geral da República.
Enquanto isso, o MCTIC informa que começaram, também neste 3/7, os testes da banda X do SGDC por engenheiros e técnicos das Forças Armadas que vão operar essa frequência. Os ensaios com a banda Ka estão previstos para começar em setembro.