AGU quer solução geral para a Oi, mas não tratou com credores privados
À frente do grupo de trabalho no governo que busca uma saída para a Oi, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, afirmou que a ideia é ter uma solução geral para os R$ 65 bilhões devidos pela operadora de forma que a empresa siga operando. Por enquanto, porém, as reuniões estão sendo feitas com a Anatel e os bancos públicos com créditos a receber da operadora.
“Temos preocupação com os créditos públicos, com a situação da Anatel, dos bancos oficiais, mas com um olhar também voltado à viabilidade da empresa e da própria prestação de serviços. Não há como desconectar os créditos públicos de todo o acervo que envolve essa discussão porque tem um impacto direto no todo. Daí para uma análise responsável, é imprescindível que se olhe para o todo”, explicou a ministra.
“Estamos na etapa desse diálogo muito ligado aos bancos públicos e aos créditos da Anatel”, acrescentou Grace Mendonça, ao explicar que por enquanto não houve tratativa com os acionistas. “Não foram chamados. Nos passos seguintes, mais adiante, é uma questão. Ainda não fechamos a proposta nem há ainda uma definição sobre as medidas efetivas. Estamos construindo cenários e vamos trabalhar naquele que garanta uma prestação de serviço mais eficiente, a viabilidade da empresa, e o próprio pagamento dos débitos. Ainda não há definição sobre diluição, qual o tempo, ou de que maneira”, pontou a ministra da AGU.
Dos R$ 65 bilhões devidos pela Oi, o Banco do Brasil tem R$ 3,93 bilhões a receber, a Caixa Econômica Federal, R$ 1,87 bilhão, e o BNDES R$ 3,32 bilhões. O maior credor da operadora é a Anatel, que em dívidas reconhecidas pela própria Oi, precisa receber mais de R$ 11 bilhões.