SES mira banda C e minimiza concorrência com satélite do governo brasileiro
A América Latina é hoje a região que possui o maior satélite da SES, o SES 14, que depois de um grande susto, entrou em órbita e terá, apenas, de corrigir a posição, o que demandará aproximadamente quatro semanas a mais no cronograma. “Hoje temos o maior e mais moderno satélite da companhia e ele cobre 100% do território brasileiro”, sustenta Jurandir Pitsch, vice-presidente de vendas para a América e o Caribe da SES Video.
O SES 14 é o primeiro satélite da empresa a utilizar uma posição orbital brasileira. O satélite ficará na posição 47,5W e terá capacidade em banda C (especialmente posicionada para atender ao Brasil e à América Latina) e banda Ku (dedicada especificamente para transmissão de dados, incluindo projetos de backhaul e transmissão para aeronaves e marítimas). O satélite substitui o NSS-806, e também leva um payload especialmente encomendado pela Nasa para observação terrestre.
Pitsch não enxerga uma competição efetiva com o satélite geoestacionário brasileiro, mas admite que a presença dele afasta os satélites privados dos serviços governamentais. “A licitação do GESAC foi feita à medida para o satélite do governo. Mas o SES 14 tem banda C, que tem uma demanda enorme e não estava sendo vendida porque não há mais capacidade disponível nos satélites que cobrem o país. O mercado de TV por assinatura está demandando muito vídeo”, observa Pitsch, em entrevista ao portal Convergência Digital.
Segundo ainda o executivo, o SES 14 possui ainda uma grande capacidade em banda KU, o que vai permitir novos serviços. Já a banda KA, foco maior do satélite do governo, está sendo usada para a comunicação entre os satélites. “Nosso plano é ser fornecedor das teles móveis para o 3G e 4G, com mais capacidade e preço reduzido. Baixar o custo do Megabyte é uma missão desse satélite novo não apenas no Brasil, mas nas Américas”, esclarece Pitsch.
Com relação ao susto do lançamento do SES 14, que durante 30 minutos ficou sem dar resposta, o vice-presidente da SES Vídeo para América Latina e Caribe diz que o pior já passou. ‘O satélite ficou um pouco fora da rota planejada, mas como tem um motor elétrico, iônico, em princípio não há nenhum tipo de impacto na vida útil dele. Portanto é corrigir a rota em quatro semanas e todo o cronograma será cumprido, entre eles, o de conquistar o mercado de banda larga em aviões”, reforça Jurandir Pitsch.
SES ainda aposta na oferta da banda larga por meio da aquisição da O3B, e que tem uma constelação de órbita média. “Estamos investindo muito mesmo para chegarmos a esse mercado. Estamos vindo com novos satélites para entrarmos forte na oferta de banda larga satelital. Os novos satélites são mais caros, mas têm mais capacidade e vão baixar o preço do serviço”, completa.