Analistas de TI protestam contra recuo do governo no plano de carreira
Cerca de 200 analistas de TI do governo federal protestam nesta segunda, 14/8, diante do Ministério da Gestão, na tentativa de serem recebidos pela ministra Esther Dweck. Eles reclamam que a pasta sinalizou recuar da reestruturação do plano de carreira, condição considerada essencial para preencher as 300 vagas já autorizadas para concurso ainda em 2023.
“Apesar de termos feito uma negociação com a Secretaria de Governo Digital, existe uma articulação interna, por parte da secretaria executiva do ministério, no sentido de deixar a carreira como está e apenas retomar a gratificação que já existe para os 300 novos analistas”, diz o presidente da Associação Nacional dos Analistas de TI, Thiago Aquino.
Atualmente, a carreira de analista de TI tem salario base e duas gratificações, que no geral implicam em vencimentos que começam perto de R$ 9 mil e no fim dos 20 níveis vão próximo a R$ 14 mil. Na proposta que os servidores costuraram com a SGD, a remuneração passaria para o intervalo de R$ 11 mil a R$ 25 mil.
Uma das componentes é a GSISP, de R$ 4,9 mil, criada como temporária e paga aos 429 analistas em atividade. Segundo a ANATI, a nova proposta do Ministério da Gestão é conceder a GSISP para os 300 aprovados no futuro concurso.
O problema, sustenta Aquino, é que essas são as mesmas condições do último concurso, realizado em 2015: carreira nos níveis atuais e GSISP. E já em 2015 o resultado não foi bom.
“Em 2015, fizeram concurso nesse mesmo modelo, também para 300 vagas, e só conseguiram preencher 190. Queremos ouvir da ministra se o objetivo é mesmo precarizar a fiscalização de R$ 8 bilhões em contratos de TI”, diz o presidente da ANATI.
Como a própria ministra Esther Dweck afirmou que “precisa melhorar a carreira para atrair profissionais mais experientes e fixá-los no serviço público”, os analistas esperam que as tratativas voltem a considerar as mudanças no cargo.
Enquanto isso, a pasta evita se manifestar. Segundo a comunicação do MGI, “todas as demandas de reestruturação de carreiras estão sendo debatidas dentro da Mesa Nacional de Negociação Permanente”.