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Carreira

Apenas 15% dos graduados no Brasil são da área de Tecnologia

Faltam profissionais qualificados para atuar em tecnologia. O alerta foi dado por empreendedores e analistas durante o Startup Summit, primeiro evento nacional do setor, promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), nos dias 12 e 13 de julho em Florianópolis.

De acordo com Felipe Matos, um dos pioneiros em startup no Brasil e autor do livro 10 mil Startups, o defícit de mão de obra pode prejudicar a competitividade do país no setor. Conforme o especialista, o número de estudantes graduados nunca foi grande, contudo, apenas 15% são da área de tecnologia, enquanto que a média mundial, também considerada baixa, é de 25%. Projeções dão conta que há uma carência de cerca de 400 mil profissionais na área de TI no Brasil.

A Associação Brasileira de Startups (ABStartups) ressalta que o problema pode aumentar se as universidades e outras instituições de ensino, desde o ensino básico, não alinharem seus propósitos às novas necessidades do mercado para formação de profissionais com visão estratégica, solução inovadora para problemas e não apenas operacionais.

 “Vale uma provocação para o setor acadêmico, que eu acho que está um pouco distante da nossa realidade. A gente ainda está passando por problemas de contratação. O aluno sai da faculdade e não está pronto para entender sobre a nova economia que está acontecendo, ele não conhece as novas vagas que estão surgindo no mercado”, disse à Agência Brasil, Rafael Ribeiro, diretor-executivo da ABStartups.

A nova economia e a transformação digital das empresas criaram novas linguagens e funções como “customer search” ou “startup hunter”, termos poucos conhecidos dos recém-formados e até de profissionais experientes. Ribeiro conta que a própria associação, que tem cerca de 6 mil startups cadastradas, encontrou dificuldade para efetivar a contratação de um profissional nos últimos seis meses. “Não consegui contratar e a gente teve de desistir e começar a treinar”, disse.


Para Felipe Matos, outro desafio é o desconhecimento sobre as startups, fruto de uma cultura ainda avessa a um novo modelo de negócio, que tem mais riscos e não segue a estrutura tradicional de uma empresa. O especialista acredita que casos de sucesso e o surgimento dos primeiros unicórnios (empresas que valem mais de US$ 1 bilhão) brasileiros, como o aplicativo de transporte “99”, podem ajudar a transformar a cultura de negócios do país e estimular o surgimento de empreendedores.

*Fonte: Agência Brasil

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