Esqueça o ‘jeitinho’ brasileiro
Por mais qualificação que um profissional sênior tenha, hoje em dia, ele vive receoso com o ‘fantasma’ da demissão, que pode chegar a qualquer momento por conta da crise econômica pela qual o país passa. Esse cenário faz com quem muitos profissionais da área de tecnologia da informação considerem construir sua carreira em outros países. Porém, para ter sucesso no exterior é preciso se preparar da forma adequada para atender as exigências internacionais.
A empresa de consultoria em TI, Borba&Lewis, ressalta que não é tão simples trabalhar fora. “Entender amplamente a cultura local é um ponto fundamental para ter sucesso no exterior. É preciso ter conhecimento do processo econômico, político e também saber como funciona a operação das empresas locais.
Por exemplo, a solução para um problema de logística não pode ser apenas importar produtos da China, se é essa uma prática reprimida pela atual gestão política do país”, explica o CEO, Paulo Borba. “Outro ponto com grande desafio é a gestão de pessoas no exterior. Como praticamente não existem leis trabalhistas, assim como no Brasil, isso traz um modelo muito diferente para gerenciamento de equipes”, completa o executivo.
Com 15 vagas em aberto, fora do país, a própria consultoria elabora seis dicas para conseguir a vaga no exterior:
1 -Comunicação:
Na área comercial e no atendimento/relacionamento com o cliente, o fator comunicação é fundamental. A bagagem profissional de anos não vale nada no exterior, se o profissional não souber se comunicar adequadamente. Já ter tido uma vivência em outro país é um grande diferencial na hora da contratação. O desenvolvimento do vocabulário de business é essencial para quem busca integrar equipes internacionais. Lembre-se que diferente do Brasil em que priorizamos o relacionamento pessoal, no exterior primeiro precisa-se passar pela barreira profissional. As amizades estão em segundo plano.
2 Esqueça o “jeitinho brasileiro”:
Os brasileiros estão acostumados a achar que vão conseguir tudo com o famoso jeitinho brasileiro. Fora do nosso país, isso não funciona. Os estrangeiros querem respostas práticas e objetivas, com garantia de resultados. Não se esqueça que o fato de ser um estrangeiro traz mais cobrança de resultados.
3 Entenda a realidade de cada país:
Ao decidir que você quer trabalhar em um determinado país, estude sobre ele. Pesquisa sobre sua economia, cultura, relações comerciais e etc. Quanto mais por dentro você estiver sobre o novo país, maiores serão as chances de ter sucesso. Como exemplo dos EUA, a troca do governo neste ano, trouxe muitas mudanças no processo migratório e isso precisa ser estudado antes de iniciar um processo.
4 -Nunca pare de estudar o inglês:
É comum que ao terminar um curso de idiomas, a pessoa deixe de estudar ou pior ainda se sinta preparada após concluir um nível intermediário. Se o seu desejo é trabalhar com equipes internacionais, essa é uma estratégia errada. Busque sempre aperfeiçoamento do idioma e, se possível, tenha uma vivência internacional por meio de intercâmbio ou projetos de aperfeiçoamento da língua estrangeira. Use as redes sociais não somente para curtir fotos de final semana, existem muitos canais gratuitos com excelentes dicas sobre a língua inglesa. Lembre-se que a atitude precisa ser iniciada por você. Estudar e média 30 minutos diários já da uma grande diferença, após três meses.
5 -Tenha em mãos a documentação necessária:
É fundamental ter o visto de trabalho no exterior. Por isso, antes de tentar uma oportunidade em outro país, procure descobrir as documentações necessárias para a migração e regularize sua situação profissional. Não espere que uma empresa patrocine esse processo, pois existem aspectos complicadores pelo lado da empresa que adota este tipo de requisição. Procure acessar o site oficial de cada pais e entenda como obter seu visto.
6 – Esteja preparado emocionalmente para trabalhar no exterior:
É comum para nossa cultura no Brasil o vínculo afetivo com família e amigos, mas isso precisa ser trabalhado. Nenhuma empresa quer contratar um brasileiro que precise voltar para o Brasil a cada 15 dias, isso tornar o custo final deste profissional muito maior comparado com o recurso loca, e diminui as chances de sua contratação. Precisa ser uma ação com planejamento e isso depende 100% de você.
“O Brasil possui muitos profissionais com grande experiência em processos de negócios, geralmente mais articulados e criativos comparando com consultores de negócios americanos ou europeus, mas deficientes nos pontos acima. Porém, depende de cada um para alcançar seu objetivo. As oportunidades existem”, finaliza Paulo Borba.