Estabilidade no emprego atrai jovens para TI e Telecom
A escalada do desemprego está levando muitos jovens a repensarem bastante sua carreira. É o que revela recente levantamento sobre primeiro emprego realizado pela VAGAS.com, empresa que desenvolve soluções tecnológicas para recrutamento e seleção. De acordo com a pesquisa, 59% dos respondentes, quando perguntados sobre o seu desenvolvimento na carreira, imaginam-se daqui a cinco anos trabalhando em profissões tradicionais, como advogado, médico ou dentista; 29%, nas chamadas profissões do futuro, como desenvolvedor mobile ou brand digital, e ainda 12% não sabem ou apontam outros tipos de carreira, como militar e turismo.
“A crise e a falta de emprego estão impactando uma geração que não tinha lidado ainda com essas dificuldades. Essa geração que nasceu após 1980 passou por um período de grandes conquistas no mercado de trabalho aqui no Brasil, marcada especialmente por ampla oferta de vagas e salários em alta. Com a chegada da recessão, esses jovens tiveram de lidar com algo novo e repensar alguns conceitos. Os resultados dessa pesquisa mostram pela primeira vez um millennial mais conservador e menos propenso a constantes mudanças”, explica Rafael Urbano, coordenador da pesquisa na VAGAS.com.
O estudo “mercado de trabalho – primeiro emprego” foi realizado de 3 a 10 de abril deste ano, por e-mail, para uma amostra da base de currículos cadastrados no portal de carreira VAGAS.com.br, contemplando homens e mulheres, de 14 a 30 anos que nunca trabalharam e buscam oportunidades ou que estão em seu primeiro emprego. Os 682 respondentes são, em sua maioria, mulheres (64%), possuem idade média de 20 anos, solteiros (97%), cursam faculdade (52%) e moram com os pais/ parentes (89%).
Jovens valorizam mais plano de carreira e tempo na empresa que seus pais
O levantamento identificou dos jovens o que eles e seus pais mais valorizam na carreira. A pesquisa mostra que os millennials dão mais valor que seus pais ao diálogo com todas as hierarquias da empresa (45% X 19%), plano de carreira (68% X 51%), valores da empresa (50% X 33%), promoção de cargos (45% X 29%), bônus (23% X 13%), benefícios (60% X 52%) e tempo de permanência na mesma empresa (45% X 39%). Houve “empate técnico” em outros assuntos, como estabilidade financeira (69%), salário (61% X 58%) e ambiente de trabalho tradicional (17% X 15%).
“Essa geração sempre foi marcada pelo baixo tempo de permanência em uma empresa e sem muita preocupação com a carreira. Esses dados apontam uma nova marca que até agora não havia sido revelada. Demostra que essa turma está preocupada com o desemprego e disposta a rever conceitos. Isso mostra que eles estão mais interessados em assuntos que tradicionalmente eram ligados aos pais, como plano de carreira e tempo na empresa. A crise está revelando novos valores dessa geração”, analisa Rafael.
O estudo da VAGAS.com também quis saber quais são os setores e portes de empresa que mais atraem os jovens. De acordo com a pesquisa, os setores que mais os seduzem são bancos (54%), roupas, calçados e acessórios (32%), lazer e eventos (28%), telecomunicações (28%), TI (27%), saúde (25%), serviços financeiros (25%), entre outros. Pelo porte da empresa, a atração foi destacada pelas multinacionais (75%), seguido por médias empresas (67%), pequenas empresas (41%), microempresas (23%) e startups e fintechs (15%).