Gestor de Tecnologia foi repaginado pela Covid-19
A pandemia de Covid-19 obrigou mudanças drásticas na forma de trabalhar e o gestor de tecnologia – CIO, Chief Compliance Officer e, especialmente, o Chief Transformation Office, que está à frente da digitalização – ganharam uma relevância no comando da cadeia dos negócios, afirma o consultor da Russell Reynolds Associates e professor do curso de pós-graduação na Escola Politécnica /USP, Márcio Gadaleta, em entrevista ao Convergência Digital.
Segundo ele, as empresas tiveram de ser muito rápidas para enfrentar a crise. “Era transformar ou morrer. A tecnologia virou sobrevivência. Tinha de funcionar”, diz Gadaleta. Quem também apareceu foram os chief Security Officers, ou os diretores de Segurança da Informação e os Chief Suply Chain Officers, responsáveis pela Logística.
“O suply chain foi o mais atingido pela pandemia. Quem soube desembaraçar os problemas, se destacou”, pontuou o especialista. Em segurança, a migração do escritório para o home office abriu brechas para ataques hackers e montar a estratégia alternativa foi dever de casa. É fato que nas empresas mais avançadas na digitalização, a ida para o home office foi menos dolorosa. Mas para outras, a transição foi cruel e há muitas corporações indo ao mercado para contratar novos líderes.
“A crise mostrou que é preciso executivos que consigam lidar com a adversidade. Quem planeja muito, tem muita dificuldade para se virar numa situação de exceção”, lembra Gadaleta. Um ponto essencial nessa repaginação do gestor de tecnologia foi a empatia. “Não dava para pensar só na empresa. Pensar no funcionário foi obrigação. O confinamento é uma situação fora da curva. O executivo teve que tomar decisões rápidas pensando no presente, sem perder o olhar do futuro”, completa.