Gigantes globais de tecnologia derrubam salários
Empresas “superfamosas” de tecnologia em rápido crescimento estão assumindo uma crescente participação na renda nacional em muitos países, deixando o crescimento geral de salários dos trabalhadores reprimido, informou nesta quarta, 4/7, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
O grupo de países de alta renda que integra a OCDE viu os níveis de emprego retornarem ao período pré-crise de 2008, mas não há crescimento no nível salarial, embora as condições de muitos mercados de trabalho tenham se tornado mais apertadas que antes, disse a entidade no evento anual Employment Outlook.
Um legado da crise econômica global de 2008-2009 é que muitos trabalhadores foram forçados a aceitar empregos com remuneração mais baixa depois, o que pesou sobre o crescimento dos salários em geral. Outro fator em jogo, segundo a OCDE, é que os ganhos de produtividade na maioria das economias não mais se traduzem em salários mais altos para todos os trabalhadores como acontecia no passado.
Nesse cenário, a OCDE sugeriu que as chamadas empresas “superfamosas” podem ser parcialmente culpadas pelo fraco crescimento dos salários, que desacelerou, em média, para 1,2% nos países membros do grupo depois de descontada a inflação, de 2,2% antes da crise. Segundo a entidade, boa parte do aumento de produtividade é gerada por um pequeno número de empresas inovadoras que investem massivamente em tecnologia, mas empregam poucos trabalhadores em relação a outras companhias mais tradicionais.
Como resultado, a participação geral da renda nacional indo aos trabalhadores, em vez dos investidores, caiu em média na OCDE, liderada por Estados Unidos, Irlanda, Coreia do Sul e Japão. “Um desafio importante para regulação do mercado de produtos e política de competitividade no futuro será impedir que os participantes dominantes emergentes se engajem em práticas anti-competitivas”, disse a OCDE.
* Com informações da Reuters