Indústria de Informática corta empregos e fica mais concentrada
A Pesquisa Industrial Anual, divulgada nesta quinta-feira, 6/6, pelo IBGE, aponta para um cenário de perda generalizada de empregos no setor fabril, em movimento ainda mais agudo no segmento específico de fabricação de produtos de informática, eletrônicos e ópticos.
Entre 2008 e 2017, enquanto a indústria em geral perdeu 145 mil postos de trabalho, ou 2,4% do total, os cortes no setor de informática, eletrônicos e ópticos foi de 22,4%, no segundo pior impacto negativo do período analisado pelo IBGE, perdendo apenas para a fabricação de coque, derivados do petróleo e biocombustíveis, na qual o recuo chegou a 32,9%.
De certa forma, a base de comparação não conta toda a tragédia do setor produtivo brasileiro. Isso porque o ano de 2008 foi o começo de um crescimento acentuado – naquele ano eram 7,84 milhões de trabalhadores industriais, contra os 7,69 milhões registrados em 2017. No caminho, no entanto, os postos de trabalho foram crescendo até 2013, quando chegaram a 9,02 milhões.
Parte do motivo de fortes demissões no segmento de equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos pode estar em outro número trazido pela pesquisa do IBGE. Esse setor foi o que registrou o maior índice de concentração na década analisada, passando de 33,9% para 49,1%, na avaliação da fatia de mercado detida pelas oito maiores empresas do segmento.
Ou, como explica o Instituto ao analisar os números da PIA, “nesse período, a principal mudança estrutural na concentração foi verificada na atividade de fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, em que as oito maiores empresas passaram a representar metade da produção do setor”.
No entanto, o setor aparece com destaque na avaliação do IBGE dos produtos e serviços industriais que mais ganharam posições no ranking a partir do valor de venda. Para fazer esse ranking, o Instituto analisa 3,4 mil produtos e serviços e separa os 100 com maior valor de venda – que juntos representam 52% do total.
No caso, o IBGE destaca as “peças e acessórios para máquinas para processamento de dados” como o segundo principal avanço (atrás de medicamentos), que ganharam 50 posições entre 2016 e 2017, e o valor de venda passando de R$ 2,8 bilhões para R$ 4,8 bilhões nesse período.