Mais de meio milhão de brasileiros trabalham com TICs
Em um raio-X de dez anos do mercado de trabalho em tecnologia da informação no Brasil, a Softex mostra que esse é um dos setores com demanda contínua e crescente de mão de obra no país. Entre 2007 e 2017, período em que o desemprego no Brasil pulou de 7% para 13%, o setor de TI quase dobrou o número de profissionais no mercado formal: de 291,3 mil para 514,6 mil, um crescimento de 76%.
Segundo o relatório do Observatório Softex, são profissionais distribuídos entre empresas especializadas em serviços de TI e aquelas empresas que não são de tecnologia, mas precisam da TI no dia a dia. Conforme os números, essas últimas empregavam no fim de 2017, 310,4 mil profissionais, enquanto aquelas de ‘core’ TI outros 204,1 mil.
A trajetória, no entanto, mostra uma gradual mudança nesse perfil. Em 2007, as empresas tratadas como ‘TI in House’ empregavam 70% do total, então 203 mil. Mas enquanto nelas o crescimento foi de ‘apenas’ 53% nas vagas, naquelas de TI Core elas mais que dobraram (131%), de 88 mil para as mencionadas 204 mil.
“Pode-se inferir que a tendência de crescimento do número de profissionais de TI é mais sensível nos outros setores da economia (In House) do que nos setores tipicamente de TI (Core), pois apresentou queda em 2011, 2015 e 2016 enquanto que os empregados nos setores tipicamente de TI (Core) apresentaram queda apenas em 2016”, avalia a Softex.
“Pode sugerir que os empregos para os profissionais de TI nos setores exclusivos da carreira (core) flutuem menos do que aqueles que estão no restante da economia”, conclui o relatório, acrescentando que “em momentos de crise a opção pode ser a minimização de serviços que agregam valor à empresa, mas que não são o centro do negócio em si.”
Algumas áreas tiveram um crescimento mais significativo. O desenvolvimento de programas de computador sob encomenda se tornou a atividade com maior concentração de profissionais na década analisada pela Softex, reunindo quase 30% do total. Foi uma área que cresceu 212% entre 2007 e 2017.
É um segmento com desempenho atrás apenas do desenvolvimento e licenciamento de programas customizáveis (alta de 299%) e de atividades em portais, provedores de conteúdo e outros campos da internet, que embora ainda empregue cerca de 2% do total, era praticamente inexistente dez anos antes (a alta foi de 2.192%).