TI cobra dinheiro publico e privado para educação digital
Diante do desafio ampliado de preencher 800 mil vagas no mercado de tecnologia da informação do Brasil até 2025, empresas de TI associadas à Brasscom lançaram propostas de currículos de referência para instituições de ensino superior. São sugestões de grades com especializações em áreas-chave para o mercado.
“O objetivo é ser um farol para instituições de ensino, gestores escolares, secretarias de educação e demais atores interessados. Estamos lançando os primeiros currículos de referencia para educação tecnológica no ensino superior. São grades específicas em Big Data e Analytics, segurança da informação, inteligência artificial e nuvem. Também vamos disponibilizar um currículo voltado ao desenvolvimento de habilidade socioemocionais”, anunciou a diretora executiva da Brasscom, Mariana Rolim, durante o Brasscom TecFórum.
O CEO do grupo Sonda, Ricardo Scheffer, ressaltou que a demanda por pessoal qualificado em TI ficou ainda maior com a pandemia de Covid-19, e que ela passou a ser de escala mundial. “Temos um abismo. O volume necessário é assustador. E além do desafio de formar talentos para atender as empresas no país, a concorrência também vem de fora, com profissionais prestando serviço a partir do Brasil para outros países”, disse.
A maior dificuldade, admitiu o executivo, é garantir recursos para educação e capacitação. “A barreira financeira é um desafio muito grande. É necessário que se façam aportes, tanto a iniciativa privada como o governo, em programas bem estruturados, com os recursos necessários”, convocou Scheffer.
As grades curriculares propostas pelo mercado indicam um eixo básico e diferentes especializações possíveis. Para o curso de Big Data e introdução à ciência de dados, o currículo sugere como eixo básico introdução à computação, fundamentos de análise quantitativa, introdução à programação, estruturas de dados, redes e conectividade e banco de dados, todos com 60 horas cada, além de 40 horas de introdução à segurança da informação.
Ainda em Big Data, o currículo segue com outros eixos complementares. O primeiro com inteligência artificial, aprendizagem de máquina, redes neurais e aprendizado profundo, aprendizado de máquina para Big Data. O segundo, engenharia de dados, governança de dados, limpeza e integração de dados, data warehouse e infraestrutura de Big Data. E ainda um terceiro eixo de análise de negócios, gestão de negócios baseados em dados, otimização de taxa de conversão, visualização de dados e análise não supervisionada.
Além dos currículos, o painel Formação de Talentos em TIC e Diversidade discutiu a possibilidade de inclusão de conteúdo de educação tecnológica no sistema escolar. Uma das propostas é o Projeto de Lei 4513/20, que institui a Política Nacional de Educação Digital. A autora, deputada Angela Amin (PP-SC), defendeu que “o Brasil precisa iniciar um processo de formação dos profissionais da educação e aplicar nas nossas escolas para essa transformação digital”.