Aplicações nativas na nuvem impõem confronto entre investimento x gastos
O Estudo Cloud Native Apps Report, conduzido pela Capgemini, revela que 15% das novas soluções empresariais já são, hoje, nativas da nuvem, com um rápido aumento da adoção estimado para os próximos três anos, saltando para 32% até 2020.
Essa mudança na adoção de cloud computing está associado ao objetivo de aumentar a agilidade dos negócios (74%), contribuir para a colaboração com parceiros externos (70%) e oferecer melhores experiências aos consumidores (67%). Em comparação com os retardatários, os líderes nativos da nuvem também:
-São mais propensos a descrever seu desenvolvimento de software como ágil (69% a 37%), com implementação automatizada (78% a 46%) e equipes DevOps integradas (69% a 38%);
-Apresentam uma atitude mais focada no crescimento do que nas funções de TI, melhorando a experiência do consumidor (90%), a agilidade dos negócios (87%) e a escalabilidade (85%), vistas como prioridades mais relevantes que a redução de custos (79%).
À medida que a adoção aumenta, os CIOs que alavancam ou planejam impulsionar as aplicações nativas da nuvem esperam que a TI se torne ainda mais central no apoio às ambições de negócios de suas empresas, incluindo o desenvolvimento de novos modelos de negócios (67%), uma atualização mais rápida de produtos e serviços (71%) e a adoção de novas formas para ir ao mercado (68%).
O estudo aponta que muitos CIOs estão enfrentando desafios na construção de business cases para investir em aplicações nativas, defrontando-se com líderes empresariais que consideram a redução de custos uma prioridade para as equipes de TI.
Esses desafios vão desde os organizacionais, incluindo uma cultura enraizada que se opõe à natureza do trabalho nativo em nuvem (65%) e a escassez de habilidades para desenvolver aplicações deste tipo (70%), até as dificuldades de integração com a infraestrutura legada (62%) e o bloqueio de atuais contratos com fornecedores (58%).
O relatório revela ainda que pouco mais de um quarto das companhias de alta tecnologia (26%) e quase um terço das de manufatura (29%) são líderes em aplicações nativas da nuvem, em comparação com apenas 11% dos bancos, 18% das seguradoras e 22% das empresas de bens de consumo, varejo e distribuição (CPRD).Porém, as prioridades estão mudando como resultado dos desafios digitais.
Atualmente, 10% das novas aplicações dos bancos usam uma abordagem nativa da nuvem, enquanto quase metade das seguradoras (47%) e quase um terço das empresas de CPRD (27%) dizem que este modelo compõem uma parte essencial de suas estratégias tecnológicas. Os três grupos – bancos, seguradoras e empresas de CPRD – planejam gastar consideravelmente mais em PaaS em três anos do que hoje (41%, 44% e 41%, respectivamente).
Um roteiro claro para a nuvem – incluindo a mudança para o desenvolvimento de aplicações nativas – pode melhorar drasticamente a reputação da TI em todo o negócio e, consequentemente, do CIO. O novo estudo da Capgemini oferece seis recomendações para ajudar os CIOs a transformarem suas organizações em líderes nativas da nuvem:
1. Avaliar o portfólio de aplicações e identificar prioridades para o desenvolvimento nativo de nuvem;
2. Construir credibilidade ao demonstrar um roadmap de nuvem e capacidade de promover crescimento;
3. Começar pequeno, para então escalar o desenvolvimento de uma equipe qualificada;
4. Adaptar o modelo operacional de TI para suportar tanto a agilidade quanto a estabilidade do negócio;
5. Ser pragmático ao selecionar tecnologias;
6. Incubar uma cultura de inovação, colaboração, testes e aprendizagem.
A pesquisa identificou também um pequeno grupo de organizações que está liderando este processo e estão comprometidas com aplicações nativas da nuvem (aquelas com mais de 20% de suas novas aplicações empresariais sendo desenvolvidas desta maneira), sendo que esses líderes são quase duas vezes mais propensos a atribuir aumentos nas receitas organizacionais às aplicações nativas do que os que as estão adotando mais lentamente (84% vs 44%).