AWS vai capacitar 29 milhões em computação na nuvem
Migrar de um capitalismo dos acionistas (shareholders) para o capitalismo das partes interessadas (stakeholders); novos valores das companhias e habilidades que os profissionais devem ter foram alguns dos temas debatidos pelo professor Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial (WEF), e Teresa Carlson, vice-presidente do setor público mundial da AWS, durante o re:Invent 2020.
Ao apresentar Schwab, Teresa Carlson ressaltou que ele é um dos líderes mais perspicazes do mundo atual. “Desde que fundou o Fórum Econômico Mundial, em 1971, ele realmente defendeu a ideia de que as empresas modernas não são apenas de acionistas, mas também de todas as partes envolvidas, interessados em alcançar crescimento e prosperidade de longo prazo”, disse.
A tecnologia digital está transformando os setores e para as economias isso têm tido uma implicação profunda em como os setores privados no setor público irão interagir com as partes interessadas em todo o mundo. A pandemia, apontou Teresa Carlson, impactou todos e imprimiu mudanças que vão exigir repensar a maneira como são ensinadas habilidades e a maneira como se conectam os indivíduos com os empregos. Nesse sentido, o Fórum Econômico Mundial lançou a ideia de reinicialização, oportunidade para reinvenção.
“O sistema capitalista nos proporcionou um tremendo progresso econômico e desenvolvimento social e ele permite que alguém como Jeff Bezos faça o que fez para criar valor, mas o sistema também mostrou algumas deficiências, por exemplo, tantas pessoas que ficam para trás e podem não ter um mundo decente, o que é necessário para ter uma vida decente e vemos também os danos que causamos à nossa natureza. Portanto, veja que a pandemia tem derramado muito mais evidências de deficiências e as pessoas se tornaram mais conscientes. Temos que fazer algo a respeito. É uma grande oportunidade de formular políticas”, disse Klaus Schwab.
Para ele, as empresas têm que liderar um movimento de passar do capitalismo dos acionistas (shareholders) para o capitalismo das partes interessadas (stakeholders), o que significa não apenas olhar para os lucros de curto prazo. “É sempre ter alguma paz cívica. Não é apenas o mundo material, têm as pessoas, a natureza e temos que cuidar. A Covid-19 tem mostrado que algumas empresas que estão trabalhando comprometidas com esta nova forma de capitalismo tiveram um desempenho melhor em comparação com empresas que buscavam apenas vantagens e lucro de curto prazo”, assinalou Schwab.
Habilidades necessárias
Falando sobre capacitação de mão de obra, Teresa Carlson ressaltou a necessidade de se garantir que todos ao redor do mundo tenham acesso a programas de treinamento, não importando o status social, histórico econômico ou nível educacional. “Anuncio que, pela primeira vez, em 2025, a AWS ajudará 29 milhões de pessoas a desenvolverem suas habilidades técnicas com treinamento gratuito de habilidades de computação em nuvem”, disse.
Para o professor Klaus Schwab, companhias de alta tecnologia como a AWS têm uma responsabilidade muito particular no quesito de formação e contou tem feito pesquisas sobre capacidade e elas mostram que as pessoas têm de ter capacidade de resolução de problemas complexos, pensamento crítico e analítico, criatividade e capacidade de tomar iniciativas. Tais características devem se somar a aspectos mais de personalidade como flexibilidade, tolerância ao estresse e resiliência.
Com relação à demanda de profissionais para o futuro, Schwab apontou cientistas e analistas de dados, especialistas em inteligência artificial, especialistas em big data e especialistas em marketing digital e estratégia. Olhando para o modelo educacional, Schwab ressaltou que há uma revolução em curso impulsionada pela digitalização da educação. “E, se você combinar isso com inteligência artificial, podemos ter uma espécie de comoditização, o que significa que todos têm acesso, mas também, com inteligência artificial, podemos ter uma individualização da educação. Então, vejo novas oportunidades fantásticas, combinando digitalização com inteligência artificial”, explicou.