Big data e análise de dados respondem por 20% das startups no Brasil
No Brasil, existem atualmente 193 startups com soluções tecnológicas emergentes — capazes de desenvolver tecnologias que irão impactar e transformar os modelos de negócios e sociedade no prazo de cinco a dez anos. Desse total, 25% investem em tecnologias de Internet das Coisas, 20% em big data e analytics, 10% em realidade aumentada. Já 9% das startups analisadas apostam no blockchain e criptomoedas. Drones, cleantechs & smart cities e inteligência artificial ficam com 6%, 16% e 14%, respectivamente.
É o que mostra o Liga Insights Emerging Technologies, primeiro estudo já realizado no Brasil sobre startups dessa natureza, desenvolvido pela Liga Ventures, aceleradora especializada em gerar negócios entre startups e grandes empresas. A pesquisa foi feita em parceria com a Tivit, empresa de serviços de tecnologias integrados, e Intel. O estudo analisou um banco de dados com mais de 7,5 mil startups no país e separou as que se enquadram nessa segmentação.
O levantamento apresenta algumas tendências para os próximos anos, entre elas a evolução e aplicação da Internet das Coisas e da inteligência artificial no mercado como um todo. “Essas inovações tecnológicas têm potencial para transformar a sociedade e os negócios em pouco tempo e serão essenciais nos próximos anos, chegando ao nível de importância que a internet tem hoje, tanto para as empresas como para a comunidade”, analisa Rogério Tamassia, CEO da Liga Ventures.
Inovações como blockchain vão revolucionar todos os processos que envolvem trânsito de informações e certificações de dados. “O blockchain poderá ser usado para tornar os processos transacionais ainda mais seguros, tendo sua aplicação indo mais além que somente o mercado financeiro, mas também nas áreas de supply chain, documentos, seguros e até em processos eleitorais com votos”, analisa Tamassia.
O levantamento constatou que os estados de Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina concentram, juntos, mais de 50% das iniciativas de tecnologias emergentes. “Esses estados possuem polos tecnológicos que criam um ambiente favorável ao desenvolvimento de projetos de médio e longo prazos, diante disso, os empreendedores buscam esses locais para desenvolverem suas ideias de negócios e potencializarem seu crescimento”, comenta o especialista.
Considerando o número de startups por categoria, o Liga Insights Emerging Technologies mostra que a maioria das soluções estão nas categorias de IoT e big data & analytics. “As pessoas já começaram a usar as primeiras aplicações dessas tecnologias, que estão em uma fase de descoberta e amadurecimento, mas com um potencial de desenvolvimento muito promissor e cheio de novidades”, afirma Tamassia. “Muitos processos tradicionais serão revolucionados pelo uso de big data e analytics, por exemplo. As inovações serão usadas em políticas públicas como saúde e mobilidade e devem causar uma verdadeira mudança na maneira de encarar e prever problemas”, completa Raphael Augusto, responsável pelo Liga Insights.