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Catástrofes de dados não são culpa só dos hackers. Circunstâncias mundanas também são riscos reais

Ao detectarem que o trabalho de recuperação do estrago provocado pelo incêndio em suas unidades de data center em Estrasburgo, na França, ia ser mais demorado do que se previa, a maior provedora de cloud da Europa pediu aos clientes que adotassem os seus planos de recuperação de dados. Mas a realidade veio nua e crua: muitos, simplesmente, não tinham qualquer tipo de estratégia de recuperação de dados.

Dados escassamente protegidos continuam sendo um problema significativo para empresas de todos os tipos e tamanhos. Em 2018, a Riverbank IT Management no Reino Unido descobriu que 46% das pequenas e médias empresas não tinham planos de backup e recuperação. A maioria das empresas (95%) deixou de contabilizar todos os seus dados, no local e na nuvem, em quaisquer planos de backup que tivessem.

Os resultados dessa falta de política custam muito caro. De acordo com o Gartner, o tempo de inatividade baseado em dados custa à empresa média US$ 300.000 por hora – isso é US $ 5.600 por minuto. A destruição nas instalações da OVH nas margens do Reno, perto da fronteira com a Alemanha, derrubou 3,6 milhões de sites, de agências governamentais a instituições financeiras e empresas de jogos de computador, muitos dos quais permanecem fora do ar. Os afetados reclamaram em blogs e mídias sociais que anos de dados foram perdidos para sempre. O prejuízo financeiro se mostra enorme.

“Nem todas as catástrofes de dados são causadas por um hacker do Leste Europeu que usa um capuz”, disse Kenneth R. van Wyk, presidente e consultor principal da KRvW Associates, uma empresa de consultoria e treinamento de segurança em Alexandria, Virgínia. “Alguns são causados pelas circunstâncias mais mundanas, como um incêndio”, adiciona. O especialista lembra que, sim, é preciso levar em conta as ameaças de segurança mais modernas, como os ataques de ransomware, mas nunca vamos esquecer o poder de uma retroescavadeira rasgando uma fibra óptica que alimenta um data center crítico para os negócios ou desastres internos como alagamentos ou fogo, por mais raros que eles possam ser.

Em tempos de transformação digital e em adesão em massa aos serviços da nuvem, a liderança de TI tem de ter um plano para proteger a organização contra riscos grandes e pequenos. A resposta, sustenta Wyk, está na adoção de um plano de continuidade de negócios e recuperação de desastres (BCDR). Mas, afirma o consultor da KrvW Associates, a maior parte desses planos carece de rigor de comprometimento. “Quem sabe agora, a lição é apreendida?”, completa.


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