Comissão Europeia rejeita ação contra AWS, Google e Azure por poder dominante
A Comissão Europeia jogou por terra a disposição de provedores de nuvem europeus, como a francesa OVHcloud e a alemã SubsequentCloud, de acusar os grandes provedores AWS, Google e Azure, da Microsoft, como dominantes e prejudiciais à competição. “Não, até o momento não tivemos preocupações”, sustentou a chefe-antitruste da UE, Margrete Vestager.
A preocupação surgiu com demanda disparada por serviços de nuvem durante a pandemia de Covid-19, o que provocou forte desconforto nos rivais menores no provimento de serviços na nuvem. Para justificar a sua posição, Margrete Vestager mencionou o Gaia-X, um projeto voltado para o desenvolvimento de uma federação de infraestrutura de dados e provedores de serviços para a Europa com o objetivo de garantir uma soberania digital europeia.
“Isso não é algo em que estamos envolvidos, mas eu vejo isso principalmente como pró-competitivo, uma vez que dará opção para que não se fique dependente de gigantes estrangeiros”, destacou. A postura da chefe antitruste da Comissão Europeia traz alívio aos grandes fornecedores de nuvem. Isso porque o cerco estava se apertando.
No ano passado, por exemplo, foram abertas investigações sobre o uso de serviços de computação em nuvem fornecidos pela Amazon e Microsoft (MSFT.O) pela Comissão Europeia e pelo Parlamento Europeu, por conta de dúvidas em relação à transferência de dados pessoais para os Estados Unidos. Tanto o governo quanto os órgãos privados europeus têm confiado cada vez mais nos serviços em nuvem de grandes provedores dos EUA.
E, em fevereiro deste ano, o Conselho Europeu de Proteção de Dados (EDPB) lançou investigações conjuntas com 22 reguladores nacionais para avaliar o uso dos serviços baseados em nuvem pública para verificar se os provedores cumprem as regras de privacidade. As investigações vão abranger mais de 80 órgãos públicos em todo o Espaço Econômico Europeu, incluindo instituições da UE, abrangendo setores como saúde, finanças, impostos, educação e provedores de serviços de TI), reforçou o Conselho Europeu de Proteção de Dados (EDPB).