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Dell se posiciona como orquestradora das multiclouds

Ao falar em uma arena com 12 mil assentos praticamente lotada em Las Vegas, durante o Dell World Technology 2023, o CEO e co-fundador da Dell Technologies, Michael Dell, sinalizou o papel estratégico que a empresa quer ter em TI: a Dell quer ser a orquestradora, ou seja, o prestador de serviços que vai cuidar de todo o gerenciamento de uso da computação em nuvem – seja ela privada ou pública em empresas.

Segundo Michael Dell, o consumidor quer, na verdade, saber onde está o dado, tirar a informação e fazer valor com esse dado. E hoje, os dados estão soltos e sem consistência”. Ou como afirmou o co-COO da Dell, Chuck Whitten, “Multicloud por design é o presente e o futuro e não a multicloud por padrão como muitos querem impor. Não há padrão para o uso da nuvem”.

A protagonista nessa estratégia de ser a principal prestadora de serviços de uma organização é a plataforma APEX, lançada há dois anos, e que ganha, agora, o recurso de oferecer PC como serviço, em pacotes que podem ir de um a cinco anos de duração. A novidade ainda não está disponível no Brasil, mas deve ser localizada rapidamente. O PC como serviço se junta a outros serviços já disponíveis como oferta de software e outros serviços como storage como serviço.

Foi inevitável diante do barulho mundial, Michael Dell falar sobre Inteligência Artificial. “A IA, assim como o PC, a internet e o smartphone antes, transformará as indústrias e a maneira como vivemos no trabalho. Ela é a oportunidade de reimaginar a organização, portanto se a sua empresa não está ainda com IA, devo dizer que ela está atrasada”. Mas Dell também foi bastante crítico à visão e à relevância dada para a Inteligência Artificial.

“Há muito esforço em todo o mundo para imaginar o que poderia dar errado. E embora isso seja importante e precise ser feito, também devemos imaginar o que pode dar certo. A tecnologia sempre nos trouxe mais inovação do que perigos. E com Inteligência Artificial não será diferente, apesar de achar que temos de nos proteger contra os perigos”, sustentou.


Michael Dell defendeu a regulamentação, mas disse que cabe também às empresas estabelecerem parâmetros reais. “Nós pensamos sempre em como usar IA de forma ética, responsável e segura. Temos que não permitir que quem quer o mal tenha acesso à tecnologia”, reforçou. Mas Dell também não escondeu ter uma visão diferente do CEO da Microsoft, Satya Nadella, com relação ao ChatGPT e suas implicações.

Do ponto de vista de negócios e dentro da estratégia de ser orquestradora, a Dell está ciente da relevância da IA. Tanto que Michael Dell citou que, até 2025, 88% dos servidores usados para cargas de trabalho de IA e implantados no edge serão usados para interferências. “Isso significa que novas arquiteturas de TI estão vindo nos próximos dois anos”, preconizou.

O co-COO da empresa, Chuck Whitmann, ao ser indagado sobre o porquê de Google e Oracle não estarem na lista de parceiros de cloud – estão AWS e Azure, da Microsoft e VMware – disse que a companhia quer trabalhar com todos, inclusive com rivais mais diretos como Oracle e IBM. Mas assume que são negociações sendo feitas. E o papel da Dell como orquestradora está, exatamente, em dar opções.

“Nós não estamos aqui para dizer qual parceiro de nuvem ou plataforma de analytics faz mais sentido para o negócio. Não me entenda errado: nós temos opiniões, nós vamos te aconselhar. Mas, em última instância, nós estamos aqui para prover novas opções”, finalizou Whittman.

Ana Paula Lobo viajou a Las Vegas, a convite da Dell Brasil

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