Empresas da América Latina assumem dificuldade para gerenciar operação na nuvem
As empresas latino-americanas estão migrando suas aplicações de negócios para infraestruturas baseadas em nuvem (cloud computing), segundo apontou um estudo realizado pelo SAS Brasil com 286 executivos C-level na região, dos quais 180 brasileiros de companhias das áreas de varejo, telecom, setor público, serviços de utilidade pública, indústrias, serviços financeiros e bens de consumo.
O estudo mostra que 80% dos clientes têm ou terão um projeto baseado em cloud computing nos próximos 12 meses, à espera de incorporar agilidade, inovação e um crescimento exponencial. A pesquisa mostrou ainda que a tecnologia de nuvem já é uma realidade dentro das empresas quando se trata da aplicação de analytics: 39,47% dos executivos informam que uma migração para a nuvem está prevista para os próximos seis ou 12 meses; 27,19% afirmam que já possuem casos de uso de análise de dados na nuvem; e 11,40% informaram que possuem aplicações analíticas na plataforma, mas enfrentam problemas com a sincronização de dados.
Falta de experiência
Ao mesmo tempo em que a pesquisa revela uma tendência de migração para aplicações em nuvem, ela também evidencia a falta de experiência das organizações em lidar com a infraestrutura baseada nessa tecnologia. O relatório mostra que 47,37% das empresas reconhecem que não têm as habilidades necessárias para migrar e gerenciar uma operação baseada em nuvem, mas estão considerando fazer isso internamente. Já 27,19% procuram um fornecedor externo que possa apoiá-las com essas habilidades, e 25,44% dos entrevistados indicaram que já possuem uma equipe de DevOps (Desenvolvimentos e Operações) treinada em Nuvem.
Para diretor de marketing do SAS América Latina, Kleber Wedemann, sem acesso a um conjunto sólido de conhecimentos relevantes, a capacidade da organização para aproveitar ao máximo os benefícios oferecidos pela nuvem será limitada. A migração para a nuvem é uma operação complexa, apontou, sendo preciso contratar e reter os recursos certos. Por conta disso, um grande número dessas empresas está procurando fazer as migrações com um provedor de serviços especializado.
A pesquisa mostrou que 37,72% das empresas, dentro da sua estratégia de migração para a nuvem, consideram a adoção da tecnologia de contêineres com pouco código, que permite que processos isolados sejam executados em um mesmo sistema operacional.
O ideal, segundo Wedemann, é a adoção de uma estratégia combinada para suportar a estratégia de migração dos clientes. A combinação de contêineres com analytics é transformacional para a estratégia dos nossos clientes, ressaltou, explicando que este é o tipo de migração que demanda pouca recodificação e que resulta em muita vantagem de custo-benefício de armazenamento, graças à tecnologia que o contêiner possibilita.
As outras tecnologias disponíveis são as de reprogramming, na qual as aplicações são recriadas ou reescritas para rodar num ambiente diferente, apontada por 32,46% dos executivos da pesquisa; e a de rehosting, na qual a aplicação é movida para uma nuvem pública, uma opção mais barata e simples, preferida por 29,82% dos respondentes. Cada tecnologia conta com custos, aplicações e benefícios diferentes.
A preocupação número um dos tomadores de decisão de TI e analistas de dados na hora de migrar os aplicativos para a nuvem é a segurança da informação (66,67%), seguida pela sincronização dos dados (57,02%) e pelo Acordo de Nível de Serviço – ANS (22,81%).
A segurança da informação é justamente um dos principais benefícios que o armazenamento em nuvem pode propiciar para as empresas, bem como a redução de custos, flexibilidade dos ambientes e redução do Custo Total de Propriedade (TCO).