Exército de cientistas de dados usa IA para salvar a Amazônia
Até junho, cientistas e cidadãos de 119 países classificaram mais de 919.000 quilômetros quadrados da Amazônia a partir de uma plataforma lançada pelo SAS e pelo Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados (IIASA). A Microsoft também está usando dados diversos para coletar informações sobre o desmatamento da floresta.
Um exército de cientistas de dados foi convocado para usar a tecnologia para salvar a Amazônia por meio do uso da Inteligência Artificial. A iniciativa surgiu a partir de uma aliança entre o SAS e o Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados (IIASA) para a criação do que chamaram “a próxima geração de inteligência artificial dirigida por multidões”, voltada a alimentar algoritmos de IA projetados para melhorar o entendimento acerca do planeta.
O SAS e IIASA construíram uma plataforma de IA para analisar imagens de satélite da floresta tropical para mostrar a localização e magnitude dos danos florestais de forma mais eficaz. Em seguida, eles pediram a um exército de cientistas de dados para revisar as imagens para treinar melhor os modelos de IA. Os usuários classificaram se havia sinais de impacto humano nas imagens, ajudando a melhorar o algoritmo de IA e agilizar o processo de análise. Essa visão aprimorada do desmatamento ajuda a apoiar políticas críticas para proteger nossas florestas de maneira rápida e eficaz.
O projeto foi lançado no Dia da Terra de 2020 – 22 de abril – e, ao longo do ano, os pesquisadores continuaram a adicionar mais imagens de toda a Amazônia para expandir o esforço. Até junho, cientistas cidadãos de 119 países classificaram mais de 919.000 quilômetros quadrados da Amazônia. Ao usar dados de imagens desse território ecologicamente diverso, o modelo de visão por computador recebe uma variedade de exemplos para que possa eventualmente aprender a detectar o impacto humano em qualquer lugar da Amazônia.
Além disso, os cientistas de dados de cidadãos começaram a classificar imagens mais recentes para identificar onde o novo impacto humano está ocorrendo. Segundo o SAS, se os pesquisadores puderem mostrar que o modelo preditivo é bem-sucedido na identificação de áreas com maior risco de desmatamento futuro, isso pode ser útil para governos e órgãos de monitoramento florestal acompanharem e responderem cuidadosamente às mudanças florestais.
Recentemente, a Microsoft, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – Imazon, e o Fundo Vale lançaram a plataforma PrevisIA, que tem como objetivo a proteção da Floresta Amazônica do desmatamento e das queimadas durante a estação da seca em 2021. A PrevisIA usa IA para processar e analisar o grande volume de dados que fazem parte da ferramenta.
A plataforma conta com diversas fontes de informação, como imagens de satélite da floresta, e a IA as analisa, fornecendo insights para antecipar informações de regiões com maior risco de desmatamento e incêndios na Amazônia. A solução utiliza análise de dados diversos, como topografia, cobertura do solo, infraestrutura urbana, estradas oficiais e não oficiais e dados socioeconômicos para identificar possíveis tendências de conversão da floresta pelo desmatamento.
Segundo a Microsoft, a solução aperfeiçoou o modelo de risco de desmatamento para identificar os diferentes tipos de territórios ameaçados pelo desmatamento na Amazônia, incluindo Terras Indígenas e Unidades de Conservação. Os dados vêm de diversas fontes e são inseridos na plataforma. Já as imagens são tiradas por meio de satélite, então não é necessário conexão à internet, mesmo em regiões remotas.