Cloud

Globo migra data center de produção digital para a nuvem pública do Google Cloud

A Globo decidiu migrar 100% do seu data center próprio para produção e distribuição de conteúdo para a nuvem pública do Google Cloud. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 07/04, pelas empresas. O diretor de Estratégia e Tecnologia da Globo, Raymundo Barros, informa ainda que o data center próprio – em função da decisão de ir para a nuvem – será vendido ao mercado. O acerto com o Google Cloud também passa pelo uso de soluções de Inteligência Artificial e Machine Learning e abarca soluções de recuperação de desastre, para impedir a perda de qualquer tipo de dado.

“Nós fomos obrigados a nos reinventar por conta da Covid-19. Tudo passou a ser feito de forma remota. Agora, com a nuvem, vamos poder usar um pequeno data center sob rodas para a conexão das câmaras e dos microfones e permitir um conteúdo de qualidade. Nossa meta é transmitir 50 eventos esportivos ainda em 2021 totalmente produzidos e concebidos na nuvem”, relatou Raymundo Barros. Para Eduardo Lopez e Marco Bravo, executivos do Google Cloud na América Latina e no Brasil, o acordo de sete anos com a Globo tem um componente voltado à inovação e à cocriação na produção de novos produtos e estratégias na indústria de midiatech.

Barros falou sobre as falhas do Globoplay – reclamadas pelos usuários em função da incrível demanda pelo BBB 21. Barros lembrou que o programa já representa 300% a mais de consumo nas plataformas sociais em relação a edição de 2020. “A nuvem vai nos ajudar a contornar essa questão da demanda mais elevada e da ociosidade em outros tempos”, relatou. Para Raymundo Barros, usar IA e machine learning vai permitir à Globo fazer produtos cada vez mais personalizados. “A Globoplay será personalizada e temos de fazer a gestão do funil de forma muito bem-feita. A tecnologia servirá para dar excelência aos processos”, adicionou.

A migração da produção e distribuição de conteúdo da Globo para a nuvem não implica mudança na estratégia para CDNs (Content Delivery Networks), criadas para reduzir latência na distribuição. A emissora mantém as CDNs próprias. “Hoje nossas CDNs têm volumes tão grandes como o do Google e não temos plano de mudar o nosso plano de atuação”, explicou o diretor de Estratégia e Tecnologia da Globo.

Indagado sobre dois pontos relevantes para o uso da nuvem – segurança e recuperação de desastre, muito até em função do incêndio da OVH, provedora europeia e que destruiu dados de milhares de clientes na Europa – Barros foi taxativo. “A segurança que o Google me oferece é muito melhor do que a minha capacidade de investir em segurança em um data center próprio. Esse é o negócio principal deles. Não é o nosso”, destacou. Sobre recuperação de desastre, Eduardo Lopez, diretor para a América Latina do Google Cloud, diz que está em contrato as obrigações de preservação dos dados. “Temos 14 data centers no mundo e em todos há políticas de recuperação de desastre”, completou Lopez.


A Globo e a Google Cloud também anunciaram acordo para uso do Android TV, mas aqui, como pontou Raymundo Barros,  a chegada da facilidade ao telespectador não depende apenas das companhias. O Android TV é um sistema operacional e precisa ser embutido nos aparelhos de TV – como foi feito com a Samsung em 2020.  O diretor da Globo diz que a emissora será a primeira a lidar com duas plataformas no Brasil. “Ainda temos muito por operacionalizar, mas é uma inovação que trará, sim, benefício para o telespectador que poderá ter tudo disponível a um toque no controle remoto”,  preconizou Raymundo Barros.

Botão Voltar ao topo